segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

"Nós já éramos campeões" afirmam craques

"Nós nunca tivemos dúvidas de que éramos campeões brasileiros. Independentemente do nome da competição, era Campeonato Brasileiro. Conquistamos o direito de disputar a Taça Libertadores ganhando esses títulos. Então, nada mais justo o reconhecimento. Acho que é um prêmio para toda aquela geração". As palavras são do consagrado ponta-esquerda Pepe, bi-campeão com a Seleção na Suécia e no Chile, e bi-campeão da Libertadores e do Mundial com o Santos.

Como ele, vários outros craques estão sendo oficialmente reconhecidos como campeões: toda a máquina santista (Gilmar, Mauro, Zito, Lima, Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé, Pepe, Edu, Clodoaldo, dentre outros), o timaço do Cruzeiro (com Tostão, Dirceu Lopes e Piazza), o fantástico Botafogo de Garrincha, Zagallo, Didi e Nilton Santos, e a Academia do Palmeiras (Leão, Dudu, Ademir, etc).

As palavras de toda uma geração de campeões é a mesma: "nós suamos, corremos, e ganhamos de todo mundo. Saiu na capa dos jornais, na televisão". A verdade é que todos sabem que eles foram campeões. E eles não foram apenas campeões brasileiros. Foram muito além disso.

Hoje, os melhores jogadores não tardam em partir para a Europa. Mas a geração que está sendo reconhecida deu ao Brasil suas primeiras três Copas jogando NO BRASIL o melhor futebol do planeta. E com isso, construiram nossa reputação internacional de "país do futebol", e fizeram nascer essa paixão que bate forte no coração de cada brasileiro, independente do time preferido.

A foto abaixo mostra o maior time que já existiu em todo o mundo.
Consagrado mundialmente, e agora reconhecido também no Brasil.

Pelé é reconhecido como Rei do Brasileirão

Muita gente vai espernear, mas a decisão anunciada pela CBF é justíssima. E para os jovens, aqui vai toda a explicação. Em 1959, logo após a criação da Copa Libertadores da América, a CBD (Conf.Brasileira de Desportos à época) criou a Taça Brasil com o objetivo de escolher o seu representante na competição. Foi o primeiro torneio de nível nacional no Brasil, e era disputado em forma de Copa pelas equipes campeãs estaduais de todo o país. O primeiro campeão foi o Bahia, em 1959.

A Taça Brasil foi disputada anualmente, e era a grande competição brasileira da época. Aliás, era a única, até que, em 1967, as federações de SP e RJ convidaram times de outros estados para o antigo Torneio RJ-SP. Nascia ali o Torneio Roberto Gomes Pedrosa, também com alcance nacional. No ano seguinte, o "Robertão" passou a ser organizado pela CBD, e passou também a indicar os times brasileiros para a Libertadores. Neste ano, a Taça Brasil foi disputada pela última vez, mas já sem o mesmo status. Tanto que nenhum time de SP sequer participou.

Hoje, a CBF finalmente anunciou o reconhecimento desses torneios como campeonatos brasileiros, alçando Santos e Palmeiras ao topo com um total de 8 títulos cada um. Mais justo ainda seria
reconhecer a Taça Brasil só até 1967 e o Robertão só a partir de 1968, pois como já expliquei, a partir de 1968 os 2 representantes do Brasil na Libertadores passaram a ser o campeão e o vice do Robertão. E obviamente, o torneio mais importante era o que indicava quem ia para a Libertadores. Mas não há condições políticas de se desconsiderar o único título de Garrincha (Taça Brasil de 68), mesmo com o incômodo de termos 2 campeões tanto em 67 como em 68.

Assim, corrige-se mais um casuísmo cometido pela ditadura que governou o Brasil por tanto tempo, e que "mandava prender e soltar", até mesmo no futebol. A decisão da CBF representa um um reconhecimento à história de Pelé e Garrincha, considerados os maiores jogadores da nossa história. Com ela, o Rei passou a ser o maior campeão brasileiro de todos os tempos, com 6 títulos.

Embora surpreendente para alguns, a decisão já era esperada. Há pouco mais de um ano, João Havelange, que foi o presidente da CBD e da FIFA, afirmou que “se os títulos da Taça Brasil e do Robertão não são títulos brasileiros, a CBF não é pentacampeã do mundo”, lembrando que os títulos das Copas do Mundo de 58, 62 e 70 foram obtidos pela CBD, antes da criação da atual CBF.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Um show de profissionalismo

Ontem eu fui ver o Boston Celtics mais uma vez. E pra variar, sai do TD Garden convencido que não se sabe promover nenhum evento esportivo no Brasil. São inúmeras atrações ao longo do jogo, homenagens, mini-concursos, mini-shows, além, é claro, de basquete de primeira qualidade. Usei o termo "mini" pois tudo isso acontece em pequenos intervalos de 30 segundos ou 1 minuto no máximo.

É o conjunto todo, e não só o jogo, que faz o espetáculo. A animação da torcida, profissionalmente liderada por um painel gigante que provoca qualquer ser humano a dançar e gritar. Crianças, adutos, magros, gordos, brancos ou negros, todos juntos! O próprio estádio, sempre cheio, já é um espetáculo quase que por si só. Nos camarotes, negócios rolando. Nas lanchonetes e lojas, filas nos caixas. Grana rolando solta.

É assim que se faz dinheiro com esporte nos EUA e na Europa. O Real Madrid faturou 150 milhões de euros só com ingressos na temporada passada. É o triplo que o total de receita de qualquer clube brasileiro. E aí, a velha desculpa de que somos um país pobre não vale, pois o PIB da Espanha é menor que o brasileiro. A população também.

Eventos esportivos profissionais tem de lotar. Não existe nada mais deprimente que estádio vazio. Nos EUA, dezenas de ligas, de vários esportes, inclusive o "soccer", tem melhor média de público que o futebol brasileiro. Nossos eventos não lotam porque somos amadores. E além disso, deixamos as torcidas organizadas afugentar todo mundo que quer passear, e não brigar.

A receita é simples. No dia em que o esporte for um espetáculo interessante para toda a família, qualquer estádio lota. Mas pra isso é preciso comforto, alegria, segurança, um show de qualidade, e é claro, nada de violência ou mesmo palavrões.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Sistema eleitoral é o nosso Muro de Berlim

Nós, brasileiros, temos um "Muro de Berlim" a derrubar: nosso sistema eleitoral. Esse muro da vergonha, herdado do ditador Vargas, impede o aperfeiçoamento do caráter dos nossos políticos. Na realidade, mesmo nos períodos ditos democráticos, o voto proporcional é uma vergonha.

Para acabarmos com os coronéis, os Tiriricas, a única saída é o voto distrital. Nesse sistema, os estados são divididos em regiões com população equivalente ao quociente eleitoral, e cada candidato a deputado, por exemplo, só pode concorrer em uma única região. O voto distrital acaba com a eleição de cantores, jogadores de futebol, palhaços, e afins, pois exige que o candidato seja o mais votado naquele distrito.

Sem a adoção do voto distrital vamos continuar com a proliferação insensata de partidos de aluguel, partidos sindicais, partidos fundamentalistas, partidos ligados a movimentos subversivos, enfim, uma geleia geral! A maioria deles existe apenas para ganhar preciosos minutos de rádio e TV, pagos com o dinheiro do povo e apelidados de gratuitos.

Sem a adoção do voto distrital, os custos das campanhas continuarão exorbitantes, jogando todo o processo eleitoral na vala enlameada do uso vexaminoso do dinheiro público. O voto é obrigatório, livre e secreto. Mas com o voto proporcional, o caixa 2 também é obrigatório e às vezes nem tão secreto.

O voto proporcional é a garantia dos caudilhos enrustidos, dos ditadores potenciais, dos que aspiram mandar sem ter de dar satisfações. É a mais feroz distorção do sistema democrático de representação da vontade do eleitor. O uso da urna eletrônica dá a muita gente a impressão de que nossas eleições são corretíssimas e a vontade dos eleitores é respeitada. Mentira!

Enquanto a criação de partidos não depender, de fato, da presença ativa de filiados; enquanto os partidos tiverem direito a horários gratuitos; enquanto a infidelidade partidária não for objeto de punição real; e, principalmente, enquanto votar num candidato, pelo voto proporcional, significar eleger outro; então o nosso Muro de Berlim ainda estará de pé.

Baseado em artigo de Sandra Cavalcanti
Professora, jornalista, ex-deputada federal constituinte
Publicado no Estadão de 29/out/2010

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Será que a marmelada vai entrar em campo?

Eu fico triste ouvir essa coisa de São Paulo e Palmeiras entregarem seus jogos pra prejudicar o Corinthians. Acho que isso é coisa de uma mentalidade "pequena", sem falar na falta de esportividade. e, é claro, de especulação pra vender jornal.

Não acho que os corintianos deveriam se preocupar tanto. No Rio, Vasco e Flamengo também podem amolecer para prejudicar o Fluminense. O Vasco pega o Cruzeiro e o Corinthians, e o Flamengo pega o Cruzeiro. Em tese, eles podem querer amolecer também.

O fato é que, se a marmelada vingar, o grande beneficiário pode ser o Cruzeiro, que pega Palmeiras, Vasco e Flamengo na reta final. Três jogos "amolecíveis". Coitados dos atleticanos, que não jogam contra nenhum dos postulantes ao título, e portanto não podem participar da pataquada.

Vamos logo esquecer aquele jogo do ano passado em Campinas. Aquele tipo de coisa não pode acontecer. Tomara que esses times honrem suas tradições, e respeitem os amantes do futebol no país.

Que vença o melhor!
Não é assim que tem de ser?

Fielzão bate o Morumbi nos bastidores

Confesso que a forma como o assunto foi conduzido é realmente típica de um país de terceiro mundo. Mas a verdade é que o Morumbi não tem condição de receber jogos de Copa do Mundo, e os são-paulinos não reconhecem isso até agora.

Eu cresci indo ao Morumbi. Conheço todos os setores, e cá entre nós, na maioria deles a visibilidade é péssima! O que a maioria dos brasileiros ainda não se deu conta é que, na Copa, os ingressos custam muito caro (na Africa a maioria custava mais de US$ 400). E ninguém vai pagar essa quantia para chegar lá e enfrentar as condições a que os brasileiros estão acostumados quando vão a jogos de futebol.

Essa Copa do Mundo mostrará aos brasileiros o que é o esporte no primeiro mundo. Pela primeira vez na vida, nós teremos instalações de qualidade, com estacionamento, lugar marcado, banheiros limpos, lojas credenciadas (e não camelôs vendendo falsificações), e lanchonetes com selo Anvisa (e não churrasquinhos de gato). Isso é o mínimo que se espera para alguém que paga caro para um espetáculo, na expectativa de se divertir com tranquilidade e segurança. Pena que no Brasil isso ainda seja tido como frescura.

Vai ser a "primeira vez" para a maioria dos brasileiros. E quando os são-paulinos forem ao Fielzão, eles vão entender porque o Morumbi tinha que vir abaixo se quisesse sediar jogos da Copa. O Maracanã está reconstruindo todo o anel inferior, ligando o anel superior direto ao gramado. O Morumbi teria que fazer o mesmo, eliminando os dois anéis inferiores. Sem isso, continuará sendo um mastodonte.

Agora, nos resta acreditar na promessa desse Fielzão. Mas com o compromisso assumido por todos os governantes, não tem como não sair. Tudo indica que o São Paulo vai mesmo perder a "pole-position" que segurou por décadas, e daqui a três anos o Morumbi será o pior estádio de São Paulo.

domingo, 31 de outubro de 2010

Três constatações de outono

O outono é sem dúvida a mais bonita das estações por aqui. É quando as árvores ficam mais coloridas, e o por-do-sol cria incríveis tons e reflexos. Já se passou o pico da estação, a maioria das folhas já caiu, mas ainda tem um pouco de cor.


O auge da estação é o Halloween, que aqui é coisa séria. Todo mundo decora as casas com caveiras e abóboras (e muitas outras coisas). Todo mundo compra fantasias novas. A festa, que era pra ser das crianças, virou também brincadeira de gente grande. Este ano o "trick or treat" vai ser sob bastante frio (~7 graus). É que, pra não estragar o figurino, ninguém usa casaco por cima da fantasia.


As folhas caem. Você varre. Elas caem de novo. Você varre de novo.
Nem sei de onde vem tanta folha. Olha só. Varri ontem...

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

O Brasil que está dando certo

Não costumo reproduzir artigos no meu blog, mas este, publicado no Estadão de hoje, vale a pena. O autor é Rogério Werneck, economista, Doutor pela Universidade de Harvard, e professor do Depto de Economia da PUC-RJ.

Na esteira de uma campanha marcada pela mistificação e pelo escapismo, a candidata governista chega ao final da eleição presidencial em vantagem significativa nas pesquisas de intenção de voto. É o sucesso de um discurso enganoso que passa solenemente ao largo de questões fundamentais que o País terá de enfrentar nos próximos anos. O eleitor vem sendo conclamado a escolher entre "o Brasil que dava errado e o Brasil que está dando certo" e a eleger "a presidente que não vai deixar privatizar a Petrobrás nem o pré-sal".

"O Brasil que está dando certo" não sabe bem como é mesmo que vai continuar financiando a gigantesca farra fiscal instaurada no segundo mandato do presidente Lula. Ou pior, acha que sabe. Aposta em poder dar sobrevida ilimitada ao fabuloso esquema de expansão de crédito subsidiado bancado por emissão de dívida pública, montado no BNDES. Confia na elevação sem fim da carga tributária para fazer face à expansão descontrolada de gastos. E espera poder continuar recorrendo impunemente a artifícios contábeis de todo tipo para escamotear a gritante deterioração das contas públicas. Sempre tendo o cuidado, claro, de não informar o eleitorado de qualquer uma dessas apostas.

"O Brasil que está dando certo" tem taxa de juros absurdamente alta e taxa de câmbio em preocupante apreciação, mas já não tem plano de jogo coerente para lidar com tais problemas. É um país onde o ministro da Fazenda se vangloria de contar "com armas de grosso calibre" para combater a apreciação e brada aos quatro ventos que "essa história de que ajuste fiscal vai baixar os juros é um equívoco". E onde as pressões em favor da redução da taxa de juros vêm perdendo força. Parte do empresariado já não se preocupa com a taxa de juros e com a sobrecarga que a política fiscal expansionista impõe à política monetária. Prefere frequentar os guichês de favores do BNDES, sem se dar conta de que a expansão do crédito subsidiado bancado por emissão de dívida pública vem tornando cada vez mais remota a possibilidade de uma queda estrutural da taxa de juros.

"O Brasil que está dando certo" é um país onde o governo impõe uma carga tributária mais alta do que a de qualquer outra economia em desenvolvimento, mas gasta quase tudo em dispêndios correntes. Só consegue investir pouco mais de 1% do PIB. E, ainda assim, prefere, por razões ideológicas, concentrar seu parco orçamento de investimento em áreas nas quais o setor privado está interessado em investir. O País continua exibindo carências vergonhosas em saneamento básico, transporte de massa, saúde, segurança e educação. Mas é em setores como petróleo e energia elétrica que o governo quer investir. Basta comparar os quase R$ 300 bilhões de dinheiro público já destinados ao BNDES e à Petrobrás, desde 2008, com os totais de R$ 18 bilhões e R$ 34 bilhões que a candidata governista promete gastar nos próximos quatro anos em transporte público e saneamento básico.

"O Brasil que está dando certo" é, portanto, um país que aprendeu pouco nos últimos 40 anos. Ainda insiste em despejar recursos públicos em investimentos no setor produtivo. E, como no regime militar, está de novo pronto a perder a oportunidade de ampliar rapidamente o acesso da população a condições decentes de educação, saúde, segurança e infraestrutura urbana.

Há poucos dias houve quem afirmasse que a eleição de Dilma Rousseff era a garantia de que os recursos do pré-sal seriam destinados à educação. Ledo engano. O que a candidata governista tem em mente é a dilapidação de boa parte do excedente potencial do pré-sal num faustoso programa de subsídio à produção nacional de equipamentos para a indústria petrolífera. Se ela tiver o sucesso que espera nessa empreitada, vai sobrar bem menos do que se imagina para educação e outros destinos mais nobres. Numa triste reedição do nacional-desenvolvimentismo geiselista.

O Brasil vai custar a dar certo se, ao arrepio das lições da história, teimar em insistir no que deu errado, de fato, no seu conturbado passado.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Cingapura surpreende pela modernidade

Cingapura é uma surpresa agradável. A colonização britânica tem influência decisiva no que é a cidade-país atualmente. A língua principal é o inglês, e não se passa aperto para ler mapas ou placas, ou para se comunicar, em lugar algum. O lugar parece ser o mais "certinho" que eu já visitei. Nada fora do lugar. Muito educação, muita seriedade e muito bom atendimento, em qualquer lugar.

A infraestrutura na cidade é de primeira. Pra se ter uma idéia, o aeroporto de Changi já foi eleito o melhor do mundo por revistas especializadas. Cingapura tem semelhanças importantes com Chicago: um rio que atravessa a cidade (e em cujas margens ficam os pontos mais valorizados), e uma arquitetura instigante.

A cidade não é gigante, mas tem prédios imponentes. O governo investiu no turismo e constuiu seus ícones turísticos: o Flyer, a maior "roda-gigante" do mundo (com vista muito bacana lá do topo), e o Marina Bay Sands, um sensacional complexo com hotel e casino às margens da linda baia que domina a cidade.

O que eles chamam de "downtown", é um imenso centro de compras localizado ao longo da Orchard Road. Lá tem de tudo: dos mais simples souvenirs, até eletrônicos, Prada e Louis Vuitton. Na média, eu diria que o comércio é bastante elegante. Me chamou atenção o grande número de ateliers de costura para homens. Aparentemente, neste que é o quarto maior centro financeiro do planeta, os executivos preferem mandar fazer seus ternos e camisas sob medida.

Cingapura tem muitos orientais. 42% da população é composta de imigrantes, mas a maioria é chinesa. Dá pra sentir bem isso andando às margens do Singapore River, onde existem restaurantes de todas as nacionalidades, num ambiente atraente e bastante turístico. Mas aí o domínio asiático é flagrante. A maioria é mesmo chinesa, japonesa e coreana.

Cingapura tem sua Chinatown e sua Little India, mas na verdade é um país de primeiro mundo. É conhecida como um dos "tigres asiáticos", mas se parece mais com uma metrópole americana do que qualquer outra coisa.

sábado, 23 de outubro de 2010

Obrigado por tudo, meu Rei!

Naquele outubro de 1974 eu tinha 12 anos e chorei muito ao ver Pelé ajoelhar-se no centro do campo e abrir os braços. Sua despedida já estava anunciada, e eu sabia que estava presenciando um fato histórico. Nunca mais haveria um jogador como aquele na face da Terra.

Fui um garoto mimado. Na minha primeira Copa do Mundo, em 1970, eu torci para a maior seleção brasileira de todos os tempos. Um time mágico, que ganhou de todos os adversários, e na maioria dos jogos fez 3 ou 4 gols. Não tinha pobreza! Foi goleada da estréia até a final.

Aquela Copa criou minha paixão pelo futebol. A paixão pelo Santos veio depois, quando passei a frequentar os estádios, ainda garotinho. Fui ao campo ver Pelé várias vezes, e invariavelmente, eu voltava feliz ou hipnotizado.

Lembro do "gol de placa" contra a Portuguesa, no Pacaembu, que eu demorei vários anos pra entender. Cruzamento na área, o "homem" mata a bola no peito, perto da linha da grande área, e emenda um "sem-pulo" de esquerda, no ângulo. Não entendia quando meu pai dizia para sairmos do estádio e pagarmos ingresso novamente. Tampouco entendia o grau de dificuldade do lance. A matada antológica. O chute preciso. De esquerda.

Pelé ganhou tudo. Foram 45 títulos só com o Santos.  E mais 3 Copas.
Pelé fez o nosso país conhecido, e reconhecido.
Obrigado, Rei!

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Roma e seus 2000 anos de história

As aulas de História voltam à nossa cabeça, e cai a ficha de tudo que já se passou por ali. Roma foi o mais importante império da Antiguidade, teve o mais bem sucedido exércíto, e ganhou inúmeras batalhas e guerras.

Mas um dia Roma caiu. Nessa queda, a cidade foi destruida, mas nunca perdeu sua majestade. Roma preservou as ruínas da antiga cidade, e seu maior símbolo, o Coliseu, é imponente até hoje. De lá pra cá, surgiu uma nova cidade, com inúmeras praças, fontes e monumentos.

Mas apesar da glória que parece jamais acabar, eu acho que sua infraestrutura turística não está à altura de suas atrações históricas. O turismo me parece um negócio mal explorado na cidade, deixando de aproveitar a grandiosidade que a cidade ostenta em cada quarteirão, com relíquias e tesouros arqueológicos por toda parte.

Na minha opinião, o turista não é muito bem tratado em Roma. Não pelas pessoas, que são muito amáveis. A cidade é mal sinalizada, e às vezes faltam serviços turísticos básicos. Pra se ter uma idéia, não se vende água no Coliseu ou no Forum Romano, atrações que podem entreter turistas por horas. Mas horas debaixo de sol, sem água, não deixa nenhum turista feliz.

No fim, deixei a cidade hipnotizado por sua história e grandiosidade, mas frustrado pela negligência de suas autoridades turísticas.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Regular ou brilhante? O que vale mais?

Outro dia li um famoso comentarista dizer que o campeão do Brasileirão será o time que somar mais pontos contra os times mais fracos (aqueles na zona do rebaixamento). Isso é uma verdade quase incontestável, consequência de uma liga equilibrada, com muitos times em condições de lutar pelo título.

Eu mesmo sou fã dos pontos corridos! Mas não gosto de pensar que os grandes confrontos diretos
perdem importância. Afinal, são eles que enchem os estádios, que alimentam as rivalidades, e que testam os grandes craques.

Por mais que os realmente grandes estejam jogando na Europa, eu gostaria de ver os clássicos mais valorizados, pra talvez ver quem joga bem sob pressão, e quem só joga bem contra o Taquaritinga FC.

Não estou pregando a volta dos play-offs. Mas acho que os confrontos diretos poderiam muito bem ser o primeiro dos critérios de desempate. Um tempero especial para a fórmula dos pontos corridos.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Dinheiro compra felicidade?

Na contra-mão do que a sociedade consumista quer nos convencer, eu sempre achei que dinheiro não compra, nem manda buscar felicidade. Bem, com certas ressalvas: a felicidade exige certas condições básicas para ser alcançada, mas não há a menor necessidade de se alcançar status de milionário para tê-la. Sempre achei que um pouco a mais ou a menos de dinheiro não faz tanta diferença, desde que se tenha o suficiente para o básico.

Isso parece agora estar comprovado cientificamente. Matéria publicada na Folha no dia 7/setembro atesta que, segundo ampla pesquisa, o percentual de pessoas felizes cresce proporcionalmente à sua renda até o patamar de R$ 11,3 mil mensais (foto abaixo). Acima desse valor, o aumento de renda não parece produzir qualquer alteracão na sensação de felicidade dos entrevistados.

Isso significa que andar de önibus é diferente de andar de Corolla, por exemplo. Mas certamente trocar o Corolla por uma Range Rover blindada não acrescenta nada em termos de felicidade. Eu diria até que o gráfico mostra um pequeno aumento no estresse para os muito endinheirados.

Atenção! Não estou pregando o conformismo ou a mediocridade. Apenas tentando tirar a pressão do nosso inconsciente coletivo.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Florença e sua fortuna renascentista

O caminho da Cote d'Azur em direção a Pisa e Florença é feito pela A8, que vai margeando o Mediterrâneo até Gênova. São duas horas alternando túneis e vales, onde rapidamente se percebe a diferença da França para a Itália. Esta parece ser habitada por italianos mesmo, enquanto a primeira vive cheia de milionários dos quatro cantos do planeta.

O caminho pela costa é bonito, mas não deslumbrante. Vinhedos, pequenos sítios, e algumas cidades portuárias, com algumas indústrias. Pisa foi nossa primeira parada, já longe da costa, e na famosa Toscana. Achei a torre impressionante. Ela é muito inclinada! Não sei como não tomba! Mas é só o que a cidade tem a oferecer.

Mais alguns minutos e chega-se aonde interessa: Florença. A cidade vive, até hoje, das glórias do Renascimento, há 5 séculos atrás. É incrível o que se tem de arte renascentista por lá. Acho que iso vai sustentar a cidade pra sempre! A cidade é pitoresca, com um centrinho medieval cheio de ruas estreitas por onde andam pedestres, carros, charretes, etc. E também cheio de lojinhas e restaurantes que dão pra distrair qualquer bom turista.

Confesso que não tive tempo de explorar muito a Toscana. Não fizemos passeios pelo interior. Nossa passagem foi rápida, e se limitou à cidade mesmo. Deu pra perceber que o segredo de Florença está dentro das galerias, e não nas fachadas. Se você curte Michelangelo e Boticceli, este é o lugar certo.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Voto de protesto vai nos dar 4 anos de palhaçada

Mais de 1,3 milhão de pessoas votaram no palhaço Tiririca (não se trata de um adjetivo, e sim da profissão dele). Claro que a única razão plausível é a de protestar conta um Congresso ridículo, podre e inoperante. "Pior do que está não fica" dizia o slogan. Algo parecido aconteceu em 1959, quando o rinoceronte cacareco foi o mais votado na eleição para vereador de São Paulo. Naquele episódio, passou-se um recado a nossos políticos.

Só que Tiririca não é cacareco!
Pra começar, Tiririca vai carregar com ele uns 4 ou 5 candidatos que não sabemos quem é. Segundo a Veja, um deles poderá ser o Valdemar Costa Neto, um dos protagonistas do mensalão. Depois, ele vai assumir o cargo. E vai fazer da Câmara dos Deputados um circo quando por lá aparecer.

Eleger gente assim é um erro grave. Pode até ser engraçado na hora, mas custa 4 anos de atraso para uma das mais importantes instituições de uma democracia. E claro que o Tiririca é um exemplo apenas. Existem outros. Em cada estado foi escolhido um "palhaço" diferente.

Por isso discordo quando dizem que nossa democracia está madura. Discordo quando enaltecem o espetáculo da eleição brasileira. Falta muita consciência para nosso eleitorado. Precisamos começar a entender a importância do ato de votar. Por enquanto, nossa democracia está mais pra palhaçada do que outra coisa.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Brasil deixa a adolescência pra virar gente grande

A Petrobras passou a ser hoje a quarta maior empresa do mundo (em que pese o fato de ter um monópolio garantido por lei). Ao mesmo tempo, a Bovespa passou a ser a segunda mais valiosa bolsa do mundo.

Quando eu era criança, o Brasil não tinha nenhuma empresa com negócios no exterior. Nenhuma grande marca, nada do que pudéssemos nos orgulhar lá fora. Brasil era sinônimo de futebol e Carnaval.

Muita coisa mudou. Apesar de ainda termos um legislativo fraco e um judiciário lento, nossa economia é forte, e nossa democracia é sólida. A Vale está entre as maiores mineradoras do mundo. E várias outras empresas, como Ambev, Gerdau e Weg, seguem crescendo no Brasil e no exterior. Um passeio por São Paulo deixa clara a mudança: quase não se vê mais mendigos ou pedintes nos cruzamentos. O que aliás aumenta bastante a sensação de segurança.

Não para de entrar dinheiro no país. Há dois anos, o dólar valia 2,3 reais. Hoje vale 1,7. Não podemos reclamar dos recentes progressos. No entanto, nossa dívida social exige outros 30~40 anos, nesse ritmo de crescimento, para poder ser totalmente paga.

Falta muito na area educacional. E falta infraestrutura, que ao ser construída gera muito emprego. Faltam muitas outras coisas, mas acho que elas vem por tabela. Se nos próximos 10 anos investirmos pesado em educação e infraestrutura, temos chance de garantir nossa entrada para o primeiro mundo.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Quando passar a raiva, teremos esquecido o Dorival

Estava na cara que o Dorival estava cavando sua própria sepultura. No entanto, ele pode ter feito isso de propósito. Afinal, estão falando em multa de R$ 2 milhões, e nem sempre se tem a chance de embolsar uma grana dessas com apoio da mídia. E graças ao currículo construído no Santos, e agora à reputação de "coitadinho" disciplinador, ele arruma outro emprego fácil.

Não tem nada de Neymar x Dorival como se fala. O caso Neymar já está superado faz tempo. Já foi aplicada multa. Depois punição. O garoto pediu desculpas. Depois foi apoiar o time. O episódio de quarta passada foi um deslize e não vai se repetir. O que houve ontem e hoje foi mesmo Dorival x Santos. O Santos tem contas pra pagar, patrocinadores, torcedores. Não pode abrir mão de um jogador por quem recusou uma proposta de 30 milhões de euros. Tampouco pode permitir desvalorizar esse patrimônio, como está acontecendo com essa polêmica toda.

O Santos segurou Neymar contando com a exploração publicitária de sua imagem. Precisa disso pra fechar o caixa no fim do mês. Deixar o Neymar na "geladeira" só corroeria ainda mais sua imagem, e tiraria mais dinheiro do caixa do clube.

Por isso, não dá mesmo pra tolerar esse capricho do Dorival, e a diretoria se mostrou profissional mais uma vez, como tem feito desde que assumiu. O estrago com a saída do técnico será grande, mas como disse o Adilson Batista, o Santos "está com a vida ganha" este ano.

É esperar a poeira baixar, cuidar do nosso patrimônio, e pensar em 2011.
Quanto a Dorival, bem, daqui a 2 semanas os santistas já terão esquecido dele.

sábado, 18 de setembro de 2010

Dorival está cavando a própria sepultura

Nossa mídia quer Ibope. Com mania de dramatizar tudo, transformaram o Neymar no monstro da Tasmânia. Só falta dizer que ele foi quem matou a Isabella...

Eu estou farto disso tudo porque o maior prejudicado está sendo o meu querido Santos. O Dorival Jr está querendo mostrar para o mundo que tem autoridade às custas de uma chantagem na diretoria patrocinada pela mídia. Pois bem, se é pra ser assim, os santistas ficam com o Santos. É praticamente unânime! Todos os blogs, e todos os comentários, apoiavam Dorival no primeiro momento, e se voltaram contra ele agora.

Assim como é unânime que todos os não-santistas apoiam o Dorival, e querem o Neymar queimado em praça pública.

Neymar é patrimônio do Santos, Dorival não. Se trocarmos de técnico, nenhum santista mais falará dele daqui a 2 semanas. Engana-se quem pensa que eu quero que ele saia. Claro que não quero! Mas se for pra ficar desse jeito, chantageando a diretoria, e afastado do elenco, que parta logo.

Acho que ele precisa reconquistar sua autoridade, sim! Mas isso se faz dentro do grupo, com uma liderança íntegra, e não trancado por horas com a diretoria, enquanto o auxiliar comanda os treinos. Dorival perdeu uma ótima oportunidade de conquistar o elenco e a torcida. E acabou perdendo os dois. Foi mal assessorado. Leu muito jornal. Pensou na sua carreira, na sua imagem pública, e não no grupo que comanda. Por conta disso, o time rachou. E sua missão no Santos ficou bem mais complicada agora.

Por colocar sua imagem pessoal à frente da nossa paixão, eu acho que ele está cavando a própria sepultura. Quanto ao Neymar, ele errou, sem dúvida. Não pode errar assim novamente, sob pena de comprometer sua própria carreira. Mas é importante dizer que ele não é o líder do time. Só é o nosso maior craque. E vai continuar sendo.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Cheia de glamour, a Côte D'Azur é um colírio

A Riviera Francesa, também conhecida como Côte D'Azur, é pequenininha: tem uns 150 km apenas. A parte bacana começa em Saint Tropez, eternizada por Bridgite Bardot, e vai até Monaco, paraíso dos maiores bilionários do planeta. Fica numa região que os franceses chamam de Alpes Marítimos, o que deixa claro como é a geografia do lugar.

Tem muitas montanhas (de rochosas avermelhadas e sem vegetação) próximas ao mar. Muitas prainhas. Muitas pequenas vilas. A relêvo lembra um pouco a Rio-Santos, mas as cidades são muito diferentes. É uma região extremamente desenvolvida, rica e arrumada. Os hotéis são caros e os frequentadores são abastados.

Porsches e Ferraris são vistos a todo instante. Mas em Monaco a concentração é inacreditável, e os Rolls-Royce aparecem como se fossem Corollas. Barcos e iates também ajudam (e muito!) a enfeitar a paisagem, que se dependesse só das praias, não seria tão sensacional. É que a maioria delas é de pedregulhos, e acinzentada. O lado bom é que a ausência de areia, deixa a água azul e cristalina.

Não curti as grandes cidades (Cannes, Nice e Monte Carlo). Gostei mais das cidades menores (Villefranche-Sur-Mer e Beaulieu-sur-Mer), das paisagens ao longo do Corniche de L'Estérel (veja fotos), e de duas cidadezinhas medievais no alto das montanhas: Eze e St.Paul.

domingo, 22 de agosto de 2010

Avignon é surpreendentemente bacana!


Avignon é uma pequena cidade na região de Provence, no sudeste da França, que acabou entrando no meu roteiro meio que por acaso.

Eu cheguei lá sabendo que a cidade foi sede do Vaticano no século XIV (por quase 100 anos), e que ali viveram 7 papas. Mas fui surpreendido por uma impressionante muralha ao redor da parte antiga da cidade (foi minha primeira visita a uma cidade medievel), que é onde tudo acontece.

A cidade tem duas importantes atrações: o Palácio dos Papas, e a Ponte de Avignon, ambos ligados à época áurea da cidade, há cerca de 700 anos. Mas o que fez a cidade me encantar foi o Festival D'Avignon, que estava acontecendo durante a nossa visita (por sorte!).

Centenas de peças de teatro (de todos os tipos) são apresentadas todos os dias durante o Festival. Os artistas passam o dia nas ruas estreitas, vestidos à caráter, convidando a todos para os seus shows. É um ambiente festivo que dura do meio-dia até depois da meia-noite, em todas as ruas da cidade. Enche de gente, é claro, e a imensa maioria é de franceses.

A cidade conta com muitos restaurantes, lojas, cafés, sorveterias, e teatros para dar conta do Festival e de seus amantes. Tem pra todos os gostos. Avignon dá aos visitantes muita história e muita arte, junto com muito comforto.

Saí da cidade achando que Avignon, pelo menos durante o Festival, tem mais a oferecer do que Paris ou Barcelona. Foi a maior surpresa dessa viagem!

sábado, 21 de agosto de 2010

O forte de Barcelona é a sua modernidade

Diferente da maioria das cidades européias, Barcelona não brilha pela sua história, ou pelos seus prédios de muitos séculos atrás. A cidade até tem seu Bairro Gótico, onde se vê tudo isso, mas certamente não é essa a atração de que dá à cidade o seu magnetismo inexplicável.

Barcelona renasceu há cerca de 20 anos, ao se preparar para os Jogos Olímpicos. É uma cidade nova, moderna, limpa, arrumada. As margens do Mediterrâneo, tem clima muito melhor que as demais grandes cidades da Europa. A cidade tem praia, e ela é muito bem cuidada.

A cidade nasceu longe do mar. Mas hoje brilha pertinho dele. Os complexos construidos à beira-mar dão à Barcelona um clima de "resort", e oferecem tudo do bom e do melhor. As montanhas que cercam à cidade oferecem passeios e vistas inesquecíveis. E a arquitetura revolucionária de Gaudí acrescenta um tempero especial à paisagem.

Barcelona tem as Ramblas, cheia de música e arte de rua. Mas o charme da cidade é o seu conjunto: diversificado, moderno e exclusivo.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Neymar, Chelsea, a galinha e o porco

Neymar escolheu ser feliz!

Abriu mão de muito dinheiro, mas sem dúvida a oferta do Santos é mais do que suficiente para que ele alcance sua independência financeira aqui no Brasil. Isso se é que ele já não tem dinheiro o suficiente...

Como uma galinha, que põe ovos a vida toda, os bons jogadores podem ganhar muito dinheiro sem sair do Brasil. Sem deixar a família e os amigos. Sem passar frio. Sem jogar fora os melhores anos de suas vidas. No entanto, abre-se mão da glória e dos sonhos galácticos.

Alguns dos que vão pra Europa se dão bem. Mas a maioria some, especialmente os mais jovens. Não consigo entender a razão de alguém preferir jogar no Schalke 04, no Shaktar Donetsk, no Besiktas ou que tais. Na Inglaterra, nenhum brasileiro jamais virou estrela. Nosso estilo de jogo é antagônico ao deles.

Neymar acertou ao ficar. Para a maioria dos que voam atrás dos milhões de euros, da glória ou da fama mundial, o verdadeiro custo é uma reputação, uma carreira, uma vida. O mesmo preço que paga o porco.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

A cidade luz é tudo isso mesmo?



Quem me conhece sabe que eu sempre adorei Paris, desde a primeira vez que estive lá. Foi um caso de amor à primeira vista. No entanto, esta minha última visita me fez repensar o posto de "número 1" na minha lista de cidades favoritas.

Paris é indiscutivelmente linda! E te permite mil opções de passeio. Dessa vez, andei pela cidade de bicicleta. O passeio é muito legal, pois permite que se visite muitos pontos da cidade em pouco tempo, e te coloca toda hora de frente com algum cartão postal. No entanto, é uma cidade grande, com ônibus, um monte de carros, etc. Não é o mesmo que passear no Ibirapuera. Quando você é obrigado a sair das ciclovias, dá pra ficar apreensivo com o trânsito.

Mas depois de visitar outras cidades nessa viagem, comecei a achar que Paris não tem alma. O clima da cidade é dominado pela imensidão de turistas, e por monumentos de importância excessiva. O resultado é que todo mundo faz mais ou menos as mesmas coisas, e visita os mesmos lugares. Nem com todo o charme do mundo os franceses conseguem controlar a avalanche de gente de vai a Paris o ano todo.

Continuo amando Paris.
Mas a cidade deixou de ser a minha favorita.

domingo, 11 de julho de 2010

Saldo final da Copa de 2010

ESPANHA CAMPEÃ: justo! É um time técnico, equilibrado, e bem servido na maioria das posições. Ajuda muito o fato do time ter 7 jogadores do mesmo time (Barcelona). Sem dúvida, o time mais entrosado da Copa. É verdade que o time demorou a engrenar, e que não encantou em jogo nenhum. Mas foi sem dúvida mais competente que os rivais.

HOLANDA VICE: não acho que não mereceu. Foi um time que bateu muito! Encenou muito! E jogou pouco. Trouxe um jogador excepcional (Sneijder), mas só. O resto do time é limitado, e o técnico organiza o time de modo covarde. Cansou de fazer gols por acaso (inclusive contra nós), e no erro dos outros.

FORLAN O CRAQUE: justíssimo! Foi decisivo do primeiro ao último jogo. Fez golaço em quase todo jogo. Mortal com a direita e com a esquerda. Carregou o time nas costas. Venceu a mídia, que preferiria um jogador europeu. E fez o gol mais lindo da Copa. O voleio contra a Alemanha elevou o jogador ao nível das grandes estrelas do esporte, que na grande maioria, "não compareceu" ao evento.

COPA NA AFRICA: um sucesso! Infelizmente não estive lá. Na falta de um única reclamação, fica claro que o terceiro mundo também pode organizar um evento desse porte. O que falta na infraestrutura certamente se compensa com sorriso, alegria, e emoção. Sorte deles terem um líder como Nelson Mandela.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

2014 começou hoje e mistério persiste em SP

Estádio, aeroporto e transporte nós ainda não temos. Mas o logotipo já foi apresentado hoje! Eu tenho batido muito na tecla da nossa carência de infraestrutura. Acho que é um problema cultural de nossos governos. Eles não entendem que a infraestrutura é que movimenta o país.

Mas não posso deixar de tocar no assunto do Morumbi. É óbvio que São Paulo tem que ter um papel de destaque na Copa, por ser a maior cidade do país. Mas a verdade é que nós não temos um estádio à altura da cidade. O Morumbi é o maior deles, mas tem problemas gravíssimos de visibilidade por toda parte. Com ingresso a US$450, acho que os turistas vão ficar furiosos se não conseguirem assistir ao espetáculo. Não podemos tapar o sol com a peneira!

Sem entrar no mérito da origem do dinheiro, se público ou privado, o melhor seria demolir o Morumbi, e construir um estádio inteiramente novo no seu lugar. Aliás, o mesmo vale para o Maracanã e o Mineirão. O orçamento para a reforma do Maracanã (US$ 500 milhões) é parecido com o custo integral de construção do Soccer City. Com reforma em cima de reforma, o Maracanã será o estádio mais caro do mundo.

Mas o Morumbi é privado. E o São Paulo, mesmo sendo o mais bem administrado clube do país, não tem como bancar um estádio FIFA desse porte. Não sei como esse imbrólio vai terminar, mas uma coisa é certa: nós, paulistas, teremos um grande estádio. O Palestra comeca a ser reformado amanhã, independente da Copa. Terá todo o comforto, e o tamanho certo. Pra sorte dos palmeirenses.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Porcaria essa tal de caixinha de surpresas

Eu acho que foi um tremendo azar!

O jogo poderia ter acabado no primeiro tempo, não fosse um árbitro horroroso. Os holandeses foram violentos, mas não foram punidos. Encenaram absurdamente, e o juiz várias vezes caiu na deles.

No segundo tempo, um gol acidental desestabilizou o time. Caimos de produção, mas os caras não criaram nada. Acharam um segundo gol em bola parada, meio no susto. O Brasil perdeu o volante que personifica o Dunga em campo por falta de equilíbrio emocional.

Mas o time corria e lutava, mesmo com 1 a menos. Com o tempo passando, os zagueiros começaram a ir pra cima, e só aí a Holanda passou a dominar o jogo. Mesmo assim, eles foram dar o primeiro chute a gol aos 37 do segundo tempo. E com a zaga deseperada lá na frente pra empatar, eles perderam chances de humilhar o Brasil. Se fosse o time do Equador do outro lado, eles tinham enfiado 5 na gente. Mas os holandeses são muito perna dura.

Não vi nada na Holanda. O Brasil perdeu sozinho, por azar, prejudicado por um juiz incapaz, para um time de segunda classe. Mas perdemos lutando, coração na ponta das chuteira, e isso ameniza a nossa dor.

Bom para Argentina, Alemanha e Espanha. Um deles vai pegar baba na final.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Copa do Mundo faz do Brasil uma festa

Em época de Copa do Mundo, o Brasil se transforma. Um orgulho nacional surge do que resta de patriotismo dentro de cada um de nós. Carros se enfeitam de verde-amarelo, pessoas desfilam com a "canarinho" pra cima e pra baixo. Até casas e escritorios são enfeitados para a festa. Bandeiras, muitas bandeiras.

Mas o principal é que o espírito é de respeito e civilidade, apesar de toda a festa. Que pena que, depois disso tudo, as pessoas voltam ao normal e ninguém mais vai dar a mínima para o país. Nosso país precisa que um pouco dessa brasilidade sobre pra depois da Copa, quem sabe até pra depois das eleições.

Que um pouco dessa vontade de pular e abraçar substitua a vontade de burlar e enganar, também chamada de "jeitinho", que contamina a nossa sociedade.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Funcionalismo nos EUA e no Brasil

No final de um vôo de Boston para Atlanta, anteontem, um dos comissários mencionou a presença de um recruta a bordo, a caminho do Oriente Médio. E o avião inteiro aplaudiu o "herói". Menos eu.

São duas razões: Eu já acho exagerado a o status de estrela que eles dão para os veteranos de guerra. Um recruta, certamente merece menos bajulação ainda. Como virtude, na maioria das vezes, eles tem apenas a coragem. A segunda razão e que eu nao aprovo essa "guerra", nem nenhuma outra. Não acho saudavel um pais invadir o outro, seja qual for o proposito. Dentro dos EUA, se respeita a propriedade. Fora, eles são os primeiros a ignorar até mesmo os direitos humanos.

Mas daqui, da interminável fila pra renovar meu passaporte na Policia Federal em São Paulo, dá pra perceber a enorme diferença do servidor brasileiro e do americano. Eles claramente tem o espírito de servir a pátria, custe o que custar. Por aqui, só interessa mesmo criar dificuldade pra vender facilidade.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Sul-americanos começam melhor a Copa

A Copa começou bem morna, com pouquíssimos gols, e times se armando para não perder. Vários times europeus fizeram isso, se deram mal. Tudo porque a falta de gols não apenas irrita os torcedores, mas também é muito ruim nos critérios de desempate.

Exemplos foram a França, que segue invicta (não marcou um gol ainda), e a Inglaterra. Os "bleus" em sérios apuros. Os "brits" numa tremenda saia justa. Quem jogou pra frente, como Uruguai, Chile e Argentina, levou vantagem. Os EUA, surpreendentemente, também jogaram pra frente, e dependem só de si contra um adversário teoricamente fraco, a Argélia.

Dentre os favoritos, a Alemanha fez uma bela estréia, mas já deixou a chama apagar. A Espanha, a sensação do momento, parece não ter a consistência que dizem (tomara!). A Itália, a atual campeã, mereceu perder do Paraguai. Dos times europeus, talvez a melhor tenha sido a Holanda, que carrega a fama de tropeçar na hora "H".

Não gostei do Brasil, mas os concorrentes estão mal das pernas. Se a Argentina não embalar, temos razoáveis chances. Outra coisa que pode acontecer nesta Copa, pelo cheiro da brilhantina, é uma grande surpresa, como Holanda, Uruguai ou Paraguai. O futebol está muito nivelado, e esses países estão bem armados. Mas sem dúvida, a América do Sul começou bem melhor que a Europa. E não vi nada de bom vindo da Africa por enquanto.

Os "kiwis" estão ligados na Africa

Quando eu entrei no avião, na última sexta-feira, eu tinha dúvidas se seria possível assistir ao jogo do Brasil na Copa durante minha viagem à Nova Zelândia. A dúvida persistiu durante todas as "longas" horas de vôo, pois eu já estava com o coração na Africa.

Na primeira escala, em São Francisco, vi alguns flashes dos jogos do primeiro dia, em TVs espalhadas pelo aeroporto. E via Internet, li todos os comentários e análises. Entrei então no longo vôo de 13 horas até Auckland. E quando cheguei à cidade, não demorei muito para perceber que a paixão dos neo-zelandeses é o rugbi e os "All Blacks", como eles chamam a seleção nacional do esporte. Tudo porque o país vai sediar a Copa do Mundo do esporte, no ano que vem.

Mas ao chegar no hotel, às 6:30 da manhã de domingo, dou de cara com uma transmissão ao vivo, no bar do hotel. Aliás, ali foram transmitidos todos os jogos (foto ao lado mostra o cartaz no elevador). Bares e restaurantes da cidade se equiparam e brigam com promoções para atrair os torcedores.

Com o empate contra a Eslováquia, na terça-feira, um certo zagueiro virou herói nacional. Esqueci seu nome, mas o jogador dos "All Whites" (sim, a seleção de futebol é diferente da de rugby) foi manchete de todos os jornais e programas esportivos.

E quando eu deixei o país, menos de uma semana depois, os "kiwis" (como eles mesmos se chamam) se enchiam de esperanças para o confronto contra a Itália, no domingo. Eles já estão achando que tudo é possível.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Por que não crescemos mais que 6% ao ano?

Basta sair um resultado bom de crescimento, e lá vem o Banco Central aumentando os juros. O que me chateia é que a desculpa é sempre a mesma: o Brasil não pode crescer mais do que 6% sob risco da inflação voltar.

Fala-se também, mas não com tanta intensidade, da causa desse "gargalo": problemas de infra-estrutura e falta de mão-de-obra qualificada. Os anos passam, e nossos problemas seguem os mesmos: infra-estrutura e educação.

Aparentemente, o PAC não funcionou. Ou precisamos de muitos outros PACs. E nossa educação? Bem, falta muito. Nossos problemas são os mesmos de 40 anos atrás, porque o governo investe nas consequências, e não nas causas.

É uma pena não podermos crescer mais de 6% ao ano porque nossos governos não fazem a "lição de casa". Ao ritmo de 6%, levaremos 40 anos para chegar à renda per capita que os EUA tem hoje.

Ou seja: ou torcemos para uma crise mundial de 40 anos, ou melhor darmos um jeito nos nossos problemas para "chegar lá" mais rapidamente.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Harmonia no campo, na tribuna e na arquibancada

Em tempos de decisões quase todos os dias, fica claro que estamos todos brigando demais por causa da nossa maior diversão. Todos queremos massacrar seus adversários pelo simples fato de que usam outra camisa.

Pois bem, concordo com o Marcelo Barreto, jornalista do SporTV: o futebol tem que ser feito para a gente gostar dele. Num país democrático, sempre haverá adeptos do futebol-arte, do futebol-força, assim como outros estilos e regionalismos.

No entanto, todos podem (e devem) muito bem conviver em harmonia, no campo, na tribuna e na arquibancada.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Chegou a hora do show recomeçar

O Santos parou de jogar bonito, e já tem gente dizendo que só ganhamos 2 dos últimos 6 jogos. Muitos questionam, muitos já duvidam do time. Mas a verdade é que ganhamos o Paulista, despachamos o Atlético-MG, e agora há pouco, eliminamos o Grêmio.

Concordo que foram poucos lampejos de futebol arte, se comparados à campanha anterior. Mas mesmo assim, jogamos melhor e mais bonito que todos os adversários, nas mais conturbadas e difíceis situações.

Ganso e cia estão jogando com o regulamento embaixo do braço. Mas faltam apenas dois jogos na Copa do Brasil, e eles acontecerão apenas daqui a mais de 2 meses. Vamos ver como eles se comportam nas próximas rodadas do Brasileiro, sem pressão de decisão.

Chegou a hora do show recomeçar.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

A "paradinha" é justa ou injusta?

A FIFA resolveu ontem acabar com a "paradinha" na cobrança de pênaltis. Pois bem, uma análise nua e crua me leva a crer que tal resolução é incoerente. A razão é simples: a regra é clara ao dizer que o goleiro não pode se mexer antes da bola ser tocada pelo atacante.

Acontece que ao longo dos anos, os goleiros começaram a "burlar" essa regra em função da baixa probabilidade de pegarem os pênaltis legitimamente. Eu diria que é muito raro um goleiro não infringir a regra atualmente. Em resposta, os atacantes inventaram a tal "paradinha", que tecnicamente nada mais é do que atrasar a cobrança.

Não cabe a mim escrever as regras do futebol. Não cabe a mim dizer se o gol (com 7,32m) é grande ou pequeno. Por isso, não cabe a mim dizer se a regra é justa ou injusta. Mas apaixonado como sou, não dá pra deixar de falar. O fato é que, ao proibir a "paradinha", a FIFA está beneficianco o infrator (o goleiro que se adianta), e isso não me parece lógico.

domingo, 16 de maio de 2010

Eles vão deixar saudades!


O Atlantis, com sua tripulação de seis astronautas, está fazendo seu último vôo. É uma das últimas missões da era dos ônibus espaciais americanos, que serão retirados de serviço no fim do ano.

Após esta missão, restarão apenas duas antes que as três naves (Discovery e Endeavour, além da Atlantis) cessem suas atividades após três décadas de serviço.

Os ônibus espaciais deram show por quase trinta anos.
Que será que vem depois deles?

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Na hora de fechar o caixão, o morto ressuscitou!

O Santos é geneticamente um time de ataque. Querer alterar esse DNA para um time marcador e retranqueiro é uma ofensa aos Deuses do futebol.

Dorival cometeu um pecado ontem na derrota para o Grêmio. Tentou alterar este código genético (colocando o Rodrigo Mancha no lugar do Marquinhos) e foi castigado. Os Deuses da bola não perdoaram. Rodrigo Mancha ressucitou o Gremio com duas falhas grotescas.

E no final, uma partida que tinha tudo para ser a coroação de um trabalho, a confirmação e o ponto final em especulações e comentários descabidos, foi “manchada” por um erro estratégico.

Mas nem tudo está perdido. Basta uma vitória simples.
É dá-lhe emoção!

terça-feira, 4 de maio de 2010

Santos campeão, com justiça

Eu tenho ouvido muito blá blá blá desde domingo. Muito invejoso falando de um gol legítimo que foi anulado, de injustiça, etc. Confesso que não vi o jogo ao vivo, pois estava dentro de um avião.

No entanto, eu vi o resto do campeonato. E falar-se em injustiça é simplesmente irracional. O Santos dominou o campeonato, de ponta a ponta, e os números deixam clara esse domínio.

A última partida, no entanto, foi dramática, tensa, emocionante. Ora, é pra isso que existem finais! Não fosse para gerar essa discussão, essa controvérsia, alimentar as rivalidades, e todos os campeonatos usariam apenas pontos corridos.

Pois bem, vamos à raiz do problema, o tal gol anulado. A foto ao lado mostra o momento do cruzamento. O atacante identificado com a seta amarela, em posição legal, vai fazer o gol. O outro atacante, identificado em vermelho, está claramente à frente do último zagueiro, e não podemos precisar se à frente ou atrás da linha da bola.

Assim, fica claro que nem mesmo com recursos eletrônicos é possível condenar a bandeirinha no lance. Bandeirinha e juiz absolvidos. Santos campeão. Com justiça.

domingo, 2 de maio de 2010

Bali: eu prometo voltar!

Os deuses de Bali vão ficar chateados, mas infelizmente chegou a hora de partir. Minha rainha está lá em casa, do outro lado do mundo, e eu não aguento mais ficar longe dela. Cada minuto sem ela nesse paraíso só faz aumentar as minhas saudades.

A aura 'zen' que paira sobre essa ilha também me transportou várias vezes até o planalto central do Brasil, onde parte de mim está crescendo, e se transformando numa linda mulher. Minha princesa está fazendo quinze anos!

Vou embora, Bali, mas prometo voltar. Quero voltar com a minha mulher, para uma grande comemoração. Vamos curtir a praia, o por do sol, e um lindo jantar no KuDeTa, provavelmente o lugar mais incrível que eu já conheci. Vamos dançar em Kuta, passear pelos vilarejos, fazer compras em Seminyak, viajar nos templos, e brindar no The Rocks, no penhasco do Ayana, a maior surpresa da ilha.

Ali, eu gostaria de receber a benção dos deuses de Bali.
Por isso, eu prometo que vou voltar.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Pelo fim dos Estaduais

Enquanto todos os ingressos para a torcida do Santos estão vendidos, apenas 9 entradas foram vendidas para torcedores do Santo André.

Clique aqui para ver matéria do Terra.

Não faz sentido time grande jogar com time pequeno.
Por isso, mesmo com meu time às vésperas de ganhar o Paulista, sou a favor do fim dos estaduais.

domingo, 18 de abril de 2010

Magníficos! 'Meninos' são gente grande!

O Santos foi magnífico esta semana!
Arrasou o Guarani no meio de semana por 8 a 1 sem deixar o adversário respirar um minuto sequer. Na final contra o São Paulo, o time usou outra formação tática, a meu ver mais adequada, e deu show. Menos agressivo, mas muito (MUITO) menos vulnerável. Acho lindo o 4-3-3, mas desde a derrota para o Palmeiras eu venho defendendo Pará no lugar de André. Veja post.

O São Paulo, mesmo tendo de ganhar por dois gols, chutou duas vezes a gol em todo o jogo. Perigo mesmo, só uma cabeçada no final, quando o jogo já estava decidido. Foi uma vitória incontestável, e com isso os 'meninos' provam que são craques de verdade.

Claro que a maioria dos que diziam que o time 'ainda não tinha sido testado' estavam com dor de cotovelo. Quem entende de futebol sabia que ia acontecer isso. Esse time é mágico, e como tenho dito a amigos, eu nunca vi nada igual em toda a minha vida.

Como já disse aqui nesse blog, não é é possível provar alguma coisa a quem já tem opinião formada. Podemos perder para o Santo André? Pode até ser, pois futebol é uma caixinha de surpresas. Mas é muito pouco provável.

E mesmo que isso aconteça, nada apagará a alegria que tivemos de ver esse time jogar, nos últimos três meses.
Nós, santistas, continuamos em estado de graça.
E esse time não tem mais nada a provar.

Estaduais ficam no óbvio e no prejuízo

Botafogo e Flamengo na final? Nem isso, o Bota ganhou os dois turnos. Vem mal a algum tempo, mas é time grande. No Sul, Inter e Grêmio. Claro. Sempre isso. Lá não tem mais nada. Cruzeiro e Atlético em Minas? Poderia ser, mas o Cruzeiro deu uma grande decepção à sua torcida.

No Paraná deu Coritiba.
Santos e Santo André? Não, em SP já acabou, e deu Santos.

Pois bem. Um tropeço aqui, outro ali, e mais prejuízo. Os estaduais servem apenas para trazer decepção e frustração às grandes torcidas. Foi assim com Palmeiras, Corinthians e Cruzeiro desta vez.

Os campeões não fazem nada além do que sempre fizeram. Nem mesmo a eles são créditados grandes méritos. Com torneios desiguais, onde as finais ficam sempre entre os 'grandes' mesmo, que graça tem em se ganhar o título? Eu nunca dei valor aos estaduais, e isso não vai mudar.

No entanto, só o Santos sai no lucro nesses quatro primeiros meses de futebol. Isso porque jogou muito, muito além do imaginável, muito além do que sonhou qualquer santista lunático. Ganhou de todo mundo, goleou meio mundo, e encantou todos que amam futebol.

sábado, 17 de abril de 2010

Não podemos esquecer a catástrofe do Rio

A chuva no Rio deu uma folga, mas espero que o assunto não saia dos noticiários. Não é hora de esquecer a catástrofe causada pelo descaso habitual do poder público em relação ao povo em geral. Uai, mas não foi por causa da chuva?

Claro que não. Tudo aconteceu porque nossos governantes pouco governam. O Estado parece existir apenas para se alimentar dos nossos impostos. Nada de melhorar nossas condições de vida. O desafio (ou objetivo?) é gastar tudo o que é arrecadado. Sabe-se lá como.

E o pior é que a maioria aceita essa realidade. Tudo porque no Brasil é assim: primeiro se tenta o jeitinho. Se não piorar, já está bom. Depois vem a calamidade (chuva? seca? incêndio? desmoronamento? disputas de poder?) e a tragédia. Depois, a renovada esperança de tudo se ajeitar e a velha, santa paciência.

Neste momento, governos federal, estadual e municipais, liberam verbas, removem famílias de outras regiões de risco, e determinam terrenos para construções de moradias de emergência. Mas isso só vai durar até os holofotes se apagarem.

domingo, 11 de abril de 2010

Lula se comporta como um "acima da lei"

Sabendo que a mídia jamais dará o mesmo espaço para o seu pedido de desculpas, Lula mais uma vez se comportou como um moleque esta semana. Eloquente como sempre, distribuiu críticas ao Judiciário como um corintiano discute com um palmeirense. Fez pouco da capacidade dos juízes, e ironizou o fato de que ele tenha sido multado, como se ele fosse acima da lei.

Pois bem, feito o estrago, ele vem no dia seguinte e pede desculpas alegando má fé. No entanto, quem viu o seu discurso, e não é lulista apaixonado, facilmente pode ver que se houve má fé, foi justamente por parte dele!

Infelizmente, o povo brasileiro não percebe as malandragens por trás desse tipo de comportamento, no velho estilo "gosto de levar vantagem em tudo, certo?". Mas como ele está blindado pelo bolsa família, ele se sente com poder para ignorar a justiça.

Nosso prato típico é mesmo o churrasco!

Que feijoada, que nada!
Vatapá? Acarajé? Muqueca?
Pão de queijo? Pizza no domingo?
Não! Nada disso pode ser comparado à fama do churrasco brasileiro fora do país. Não sei se pela carne, ou pelo serviço (rodízio).  Provavelmente por ambos.

Que me desculpem os gaúchos, mas São Paulo é mesmo a capital mundial do churrasco. Nesta reportagem da Folha, nada mais nada menos do que 17 churrascarias com capacidade para acomodar pelo menos 300 lugares. Me deu até água na boca.

Isso sim, um orgulho nacional.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Mesmo sem jogo, organizadas arrumam confusão

O Corinthians nem mesmo jogou na última quarta-feira, mas representantes da Gaviões da Fiel entraram em conflito com os torcedores do Paysandu que acompanharam a equipe na derrota para o Palmeiras na Copa do Brasil. A briga teria acontecido como revanche para outra briga entre as duas organizadas em Belém, há cinco anos.

Eu não vejo nenhum benefício das organizadas para o esporte brasileiro. Não é nada contra a Gaviões. É contra todas, de todos os times. Já falei muito disso nesse blog. Na minha opinião, elas prestam um de-serviço ao futebol.

domingo, 4 de abril de 2010

March Madness: de onde vem tanto time?

Há centenas de universidades aqui nos EUA, e todas elas tem um time de basquete. É a tal "liga universitária" que abriga os candidatos à famosa NBA. Pois bem, esses times se degladeiam o ano todo para se qualificar para um torneio que acontece em março.

É o "March Madness" promovido pela NCAA. Participam 64 universidades, qualificadas pelos resultados da temporada, e elas jogam eliminatórias simples como um torneio de tênis (veja a chave). Tem jogo todo dia, em tudo que é cidade do país.

Os quatro finalistas vão para o "Final Four", que este ano acontece em Indianapolis, num estádio de futebol americano (o público é imenso!). Os finalistas desse ano são Butler e Duke. O país inteiro acompanha, e todo escritório que se preza faz um bolão no March Madness. Até o próprio presidente Barack Obama! (veja a aposta dele no video abaixo).

Pela primeira vez, está mais quente que em SP

Durante esse fim de semana, tivemos o primeiro dia de altas temperaturas na Nova Inglaterra. Pela primeira vez em 2010, fez mais calor que em São Paulo. Mas o curioso, é que nós fomos passar o feriado da Páscoa numa cidade (Sunapee, NH) cuja maior atração é uma estação de esqui.

Por incrível que pareça, apesar de termos chegado aos 27 graus, a maior parte da montanha estava ABERTA, e cheia de neve pra quem quiser esquiar. Com muito menos gente que no inverno, os esquiadores curtem um churrasco no pé da montanha (foto).

Pra quem vai esquiar, nada de casaco, gorros ou cachecóis. Uma luva fina, e camiseta comum. E muito bronzeador.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Portugal tem a cara do Brasil

Claro que o certo seria "O Brasil tem a cara de Portugal". Mas sob a minha ótica, foi isso que eu senti enquanto estive em Lisboa nos últimos dias. A cidade me surpreendeu pois ela nos dá mesmo a sensação de estarmos em alguma cidade do Brasil.

Lisboa tem o tamanho ideal. É grande o suficiente pra nos encher de atrações. Mas pequena o suficiente para evitar os problemas. O trânsito flui bem, o metrô funciona bem. A cidade é cheia de locais históricos, e a arquitetura lembra muito o centro histórico do Rio ou de Salvador. Eu gostei bastante do Bairro Alto, que parece ter sido restaurado de um passado distante, e da orla em Alcântara, com bares e restaurantes que me lembraram muito o Brasil.


Nos arredores, Cascais me pareceu muito legal. É uma cidadezinha pequena, pitoresca, mas ao mesmo tempo sofisticada. Tem uma orla bonita, preservada, e acessível. A infra-estrutura à beira mar me fez lembrar a Barra, mas a praia tem mais a cara de Itacaré, no sul da Bahia. Nada mal.

Fiquei hospedado em frente ao estádio do Sporting, e almocei no Estádio da Luz (Benfica), que eles chamam de "Catedral". Ambos foram demolidos e reconstruidos para a EURO'04. Antes eu era neutro, mas agora eu adotei o Benfica como meu time em Portugal. Me faz lembrar de 1962, Benfica 2 x 5 Santos, maior jogo da vida de Pelé!

quinta-feira, 25 de março de 2010

A torcida sabe o que é bom

Se o Santos perder nas finais do Campeonato Paulista, não faltará quem diga: “Eu não falei? Joga bonitinho, mas na hora H...” Se ganhar, dirão: “Também, ganhar esse campeonato meia-boca prova o quê? Queria ver na Libertadores...”

Em primeiro lugar, é impossível provar alguma coisa a quem já tem opinião formada. Em segundo lugar, a verdade é que, ganhando ou perdendo, nada fica provado de maneira definitiva. Num mata-mata, Corinthians, São Paulo, Santo André ou quem quer que se classifique, pode muito bem desclassificar o Santos. Todos sabemos que futebol é uma caixinha de surpresas.

Há sempre mais de uma maneira de chegar ao mesmo resultado. Um jogo pode ser ganho na base do toque de bola, do carrinho ou do chuveirinho. Embora seja natural torcermos pela opção mais vistosa, nem sempre ela vence. Exemplo é a seleção de 1982, que mesmo sem ganhar, segue sendo lembrada até hoje pela sua "categoria". Pela mesma razão, esse Santos de Ganso e Neymar, a meu ver, não precisa provar mais nada.

A força do Santos é ter aderido ao estilo que melhor representa a invenção brasileira no trato com a bola (aliás do próprio Santos, há cinco décadas), apesar de tudo que foi feito para descaracterizá-la (força física, retrancas, violência, etc).

O jovem time do Santos já conseguiu sua vitória: mostrou que a torcida, há anos submetida a um regime de péssimo futebol, não perdeu o paladar e ainda sabe o que é bom.

Resumo da coluna de Luiz Zanin no Estadão de 23/mar/2010.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Corinthians assume complexo de inferioridade

Na ausência do que comemorar, o Corinthians homenageou este mês os principais jogadores que deram fim ao jejum de 11 anos sem vencer o Santos, no final da década de 60 (veja matéria do Terra).

Até entendo que tenha sido como a saída de uma prisão. E que, à época, tenha sido feita uma festa. Mas daí a comemorar isso 42 anos depois, aí é demais! Afinal, os tais jogadores jamais ganharam qualquer título para o clube (nessa época o time ficou 23 anos na fila), e ao meu ver, caberia mais uma punição, do que uma celebração.

Pra piorar, chama a minha atenção as palavras do Paulo Borges, um dos atletas homenageados:
- O jogo não valeu título (que naquele ano ficou com o próprio Santos) mas até hoje tem espaço cativo no coração dos torcedores.
- Nossa festa foi até de manhã e eu fiquei vendo o teipe do jogo lá no Parque.

Acho que nesse dia os corintianos assumiram o complexo de inferioridade que mantém até hoje.

domingo, 21 de março de 2010

Numa linda festa, Santos traz seu prestígio e volta com vergonha

A inauguração da Red Bull Arena foi uma aula de "business" para um povo apaixonado por futebol. Aliás, a paixão brasileira era evidente. Brasileiros uniformizados estavam por toda parte. Santistas aos montes, é claro. Mas também muitos palmeirenses, cruzeirenses, colorados, são-paulinos, atleticanos (mineiros e paranaenses), e muitas outras cores (foto abaixo). Proporcionalmente, poucos corintianos e flamenguistas. Afinal, o jogo foi em New York, e sabe como é, não dão mais visto pra qualquer um...


Milhares de camisas da seleção, de times europeus, de outras seleções. Uma festa! Todo mundo veio ver o lendário Santos jogar. Mas mandaram um time reserva, e o Santos passou vergonha. Os americanos adoraram, comemoraram a vitória com muita festa. Cantarolavam "Robinho, where are you?", pois a maioria preferia ignorar que aquele era o time "juvenil", e que Robinho nem saiu do Brasil.

O jogo foi transmitido ao vivo para todo os EUA. Por isso, acho que o Santos errou feio em dar preferência ao jogo de hoje com o Ituano (ridículo!). Mas tomara que a direção do time tenha aprendido com o que viu. Um tremendo espetáculo que terminou com torcedores americanos pedindo pra trocar camisas com torcedores santistas (um exemplo de civilidade, respeito e espírito esportivo). Eu mesmo, com "trauma" de violência e hostilidade, fiquei na dúvida em ir com a camisa do Santos ou não. Acabei indo. E além das memórias de uma festa inesquecível, voltei com uma camisa do New York Red Bulls pra casa.

Até ontem, La Bombonera (em Buenos Aires), era o melhor estádio pra se ver futebol que eu já tinha visitado. Ontem, conheci a Red Bull Arena, na região metropolitana de New York, que passou a ser o mais charmoso e confortável que eu conheço.


Não tão grande, mas extremamente elegante, imponente e aconchegante, a arena tem toda a infra que sonhamos: camarotes, restaurantes, espaço nos arredores para estacionamento, eventos, promoções. Foi construida do tamanho ideal para viver lotada, o que deixa qualquer festa muito mais bonita.


quarta-feira, 17 de março de 2010

Foi culpa do Dorival !!!

#1. Palmeiras no ataque (cobrança de falta). 6 atacantes contra 5 defensores na grande área, num lance de bola parada. Bola na trave e depois gol do Palmeiras.

#2. Palmeiras no ataque. 4 atacantes contra 4 defensores, sendo que um deles já está vendido no lance. Sufoco. Quase.

#3. Santos no ataque. 3 atacantes contra 6 defensores. Sem espaço, atacante finaliza, mas erra por pouco.

Esses três lances deixam claro porque o Santos perdeu. Sempre com superioridade numérica, tanto o ataque como a defesa do Palmeiras tinham melhores condições na maioria dos lances. Resultado: maior chance de marcar o gol, e menor chance de tomar.

Eu acho que o Santos jogou mal taticamente. As fotos abaixo tem intenção de defender essa tese.Na minha opinião, não tem nada de máscara do Neymar ou do Robinho.
O problema foi a soberba do Dorival Junior.
Ao montar o time no 4-3-3, ele sim, subestimou o Palmeiras.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Santos inaugura estádio em New York

Há quatro meses, o Santos foi convidado para inaugurar um estádio no México. Daqui a 3 semanas, vamos ter esse privilégio pela vigésima-primeira vez (dessa vez nos EUA), o que deixa claro o prestígio internacional do time.

A festa será na Red Bulls Arena, construída especificamente para ser a nova casa do New York Red Bulls, que joga a Major League Soccer (liga profissional americana).

Mesmo com apenas 25 mil lugares, o estádio assume o posto de principal arena de futebol nos EUA. O que prova que estádio moderno não precisa ser grande. Tem que seguro e confortável.

E mesmo sabendo que o Santos deve mandar só o time B, eu vou lá conferir. Afinal, a vinda de Robinho e Neymar faz parte do contrato, e é garantia de espetáculo.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Brasil tem tarifa de celular mais cara do mundo

Fico louco quando leio notícias como esta (link para notícia da Folha). Com tanta pobreza e uma enorme desigualdade social (consequências da falta de educação básica), o Brasil jamais poderia ter a carga tributária que tem, e que acaba gerando esse tipo de distorção.

Mas tem. E nossos governos não parecem ver nenhum problema nisso. Como resultado, pagamos a tarifa mais alta de celular do mundo (e metade deve ser imposto!). Pagamos o dobro pela gasolina que os americanos, que tem de guerrear mundo afora pra conseguir se abastecer. Pagamos o dobro por um carro, por uma televisão, pelo acesso à Internet. Com uma população pobre, e sem chances de se educar melhor, estamos condenados a uma tensão social crescente.

Como comparação, não vi um mendigo sequer na semana que passei em Seul. Com uma população de 50 milhões de habitantes, a Coréia segue realizando o seu milagre econômico.

Enquanto isso, mesmo abençoados com riquezas e recursos de todos os tipos, nós continuamos distantes de um país mais equilibrado e justo.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Seul é um exemplo a ser seguido

Aprendi muito nesta minha viagem a trabalho para Seul. A cidade é tão grande quanto São Paulo, mas soube resolver todos os problemas de infraestrutura. Tudo funciona, é limpo e bem cuidado.

Seul é um importante centro comercial e financeiro internacional, e uma das cidades mais caras do Oriente. Destruída na guerra civil entre 1950 e 1953, a infraestrutura de Seul foi totalmente reconstruída, com qualidade de primeiro mundo.

A cidade dá à Coréia uma "pegada" de potência. Com PIB quase nulo no início da década de 60, o país cresce exponencialmente desde então, e sua economia já alcança a marca de 1 trilhão de dólares, em grande parte por conta das gigantes Samsung, LG e Hyundai-Kia.