sábado, 31 de outubro de 2009

Meu primeiro outono de verdade


Somente aos 47 anos eu estou vivenciando meu primeiro outono de verdade. Aqui no nordeste dos EUA, esta é a mais linda de todas as quatro estações.

Claro que o verão é uma delícia, o inverno tem o charme da neve, e a primavera é como um renascimento. Mas o outono é o mais colorido. Não é verde como o verão, ou branco como o inverno. As árvores perdem a cor, cada espécie ao seu tempo. Passam por tons de marrom, vermelho, laranja e amarelo, para então cairem. É um arco-íris incrível que se forma em todos os caminhos, por várias semanas.

Além disso, o outono é também a mais gostosa das estações. Não muito frio, nem muito quente. Esse ano nevou antes da hora, mas foi um dia só, e felizmente não estragou a "foliage".

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Fifa anuncia Mundial feminino em Santos

Muita gente não levou a Libertadores feminina a sério.
Ou disse que o Santos só pegou moleza.
Ora, quando ganhávamos tudo no masculino, era a mesma ladainha. Não temos culpa da incompetência alheia.
Pois bem, a Fifa acaba de confirmar que 1ª edição do Mundial Interclubes feminino será em Santos.
Como campeão da Libertadores, meu querido Santos está na briga pelo primeiro Mundial feminino, agora com a chancela da FIFA. Quero ver o que a corintianada vai dizer agora.
A história se repete. Agora no feminino.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Por que a gente não privatiza tudo de uma vez?

Segundo a Confederação Nacional dos Transportes (CNT), o Brasil precisa investir 32 bilhões para recuperar as estradas no país. Isso sem incluir nenhum quilometro adicional. Todo o dinheiro é só manutenção.

Pois bem, não vai aparecer o dinheiro. As estradas vão continuar caindo aos pedaços. E vem sendo assim há décadas, a menos que o país entenda que o único jeito é privatizar tudo.

O estudo da CNT mostra que entre as rodovias sob gestão pública, 77,6% não apresentam boas condições para os motoristas. No caso das rodovias privatizadas, a situação se inverte: 76,5% tem boa trafegabilidade. A gente já viu isso na telefonia, na mineração, e em todos os setores que foram privatizados.

sábado, 24 de outubro de 2009

Boston: uma cidade orgulhosa de si

Boston está em todos os livros de história americana. Aqui pertinho, em Plymouth, chegou o Mayflower, primeiro navio com imigrantes ingleses destinado a colonizar a América. Aqui também aconteceu a célebre "Tea Party" onde rebeldes jogaram no porto de Boston toneladas de chá. Esse evento foi a gota d'água que iniciou a guerra da independência com os ingleses. Os primeiros tiros foram em Lexington, e a primeira grande derrota inglesa foi em Bunker Hill. Tudo aqui do ladinho.



Na época da independência, a cidade era um polo industrial. Um século depois, a cidade se tornou um centro de imigração irlandesa, o que se percebe por toda parte até hoje. O mais conhecido exemplo disso é o time de basquete, os Boston Celtics, que tem nome e logotipo homenageando a cultura irlandesa.

E no século XX, finalmente, Boston virou a sede das maiores universidades do mundo. E com isso, a cidade acabou ganhando um sotaque europeu, e para os demais americanos, uma certo ar de superioridade.

O rio Charles (foto) já esteve muito deteriorado. Mas foi recuperado e virou um dos cartões postais da cidade.


quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Aqui, escola é orgulho da comunidade

De tudo de diferente que eu encontrei aqui em Boston, o mais legal é, sem nenhuma dúvida, a alta qualidade do sistema escolar. A cada dia eu entendo melhor a forma como a escola influencia a cultura por aqui.

No Brasil, a gente paga para tirar nossos filhos da escola pública. Eu mesmo ainda faço isso, com a minha filha mais velha que mora no Brasil. Depois de ver como as coisas funcionam por aqui, eu fico com a sensação esquisita de que nós, por pagarmos caro pelo estudo de nossos filhos, só participamos das atividades escolares quando somos exigidos.

Digo isso porque a integração da escola com a comunidade é impressionante por aqui. Não tem um dia que as professoras das minhas filhas (uma no pré, e outra no primeiro grau) não nos manda um recado. Ou uma avaliação, ou uma notícia, ou um aviso especial, ou um convite, ou um pedido de ajuda.

Hoje às 5:30 da tarde, no caminho de casa, eu passei por duas escolas públicas. Em cada uma delas, havia cerca de 100 crianças praticando esportes nos diversos campos de futebol e beisebol. Ou seja, algumas crianças passam o dia inteiro na escola.

Toda semana tem alguma coisa acontecendo na escola. A maioria dos pais faz trabalho voluntário na escola dos filhos. São feiras de livros, feiras de artes, passeios, jogos, ou encontros de vários tipos. Na escola da minha filha que está no pré, os pais estão organizando um evento para angariar livros para a biblioteca da escola. Detalhe: as crianças ainda nem sabem ler...

Minha impressão é que isso, desde o pré, vai criando um sentimento de comunidade que não existe no Brasil. Tudo pela escola. Depois tudo pela comunidade. Depois tudo pelo país.

No mínimo, é bonito de ver. E gostoso de estar vivendo. E além de tudo, é grátis.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Snow football é radical...

Meu primeiro jogo de futebol com neve. Eu não estava lá no campo (nem queria pois fazia um frio danado), mas foi lindo pela TV. Com esse coisa de todo mundo pedir novas modalidades na Olimpíada, eu vi isso e me ocorreu que essa pode ser uma boa para os próximos X-Games.

Quer algo mais radical que isso?



A propósito, New England Patriots (aqui de Boston), time do namorado da Gisele Bundchen, deu uma surra no time do Tennessee que veio aqui e pelo visto não sabia jogar na neve (59 a 0).

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Imprensa internacional destaca violência no Rio


O mundo está de olho no Rio. E ninguém acredita que até helicóptero os caras estão derrubando.

Não dá pra continuar assim. O Estado tem de reagir e retomar o controle da cidade. Todo mundo sabe do problema dos baixos salários dos policiais, que vão ao morro se vender para complementar a renda.

O Estado tem de solucionar isso, preferencialmente em conjunto com o Judiciário. Tem que começar a apertar esses caras, a prender (de verdade) os chefões, a diminuir gradativamente suas áreas de influência, e a promover um sentimento de comunidade nesses morros.

As pessoas de bem, que ainda são maioria, tem de participar, e ajudar as autoridades. Mas quem tem coragem de dar o primeiro passo? O Estado é o responsável pela segurança pública, e portanto cabe ao governador coordenar esse movimento.

Antes que seja tarde, e a gente perca mais um bonde na história.

domingo, 18 de outubro de 2009

Santos ganha Libertadores - História se repete...

Comandada por Marta e com o apoio de mais de 14 mil torcedores, a equipe feminina do Santos deu mais um show na decisão da Copa Libertadores e atropelou o Universidad Autonoma, do Paraguai, por 9 a 0, conquistando o título em plena Vila Belmiro, neste domingo.

Há alguns anos atrás, ganhamos as primeiras Libertadores com Pelé, e fizemos desse país a "terra do futebol". Mas só metade do serviço tinha sido feito, pois apenas homens jogam futebol no Brasil. Nos EUA e na Europa, o esporte é super popular entre as mulheres, e por isso o Brasil tem perdido os principais eventos.

Com a conquista de hoje, iniciamos a segunda fase. Ganhamos novamente a Libertadores, e com Marta, o equivalente a Pelé para as mulheres. Tem gente por aí dizendo que ganhar final de 9 a 0 é ridículo.

Pois esse é problema do time adversário.
Nosso papel é ir lá, e meter as bolas pra dentro.
Só pra lembrar: pra chegar à Libertadores, ganhamos o Paulista e a Copa Brasil.
E mais: jogamos sem a Cristiane, e teríamos ganho mesmo sem a Marta.
Parabéns, Santos !!!

sábado, 17 de outubro de 2009

Neve no meio de outubro aqui em Boston

Dia 15 de outubro, 7 da manhã: neve caindo aqui em Andover, ao norte de Boston. No ano passado, a primeira neve caiu no meio de dezembro. A última vez que nevou por aqui no dia 15/out, foi em 1979, há 30 anos.

Esse ano já tivemos o mês de junho mais chuvoso desde 1903.
Agora essa !!!
Acho que o clima do planeta está mesmo desgovernado...

O milagre brasileiro - parte 2

Lula anda dizendo que, com graças ao petróleo do pré-sal, o Brasil pode se tornar, daqui a 15 ou 10 anos, na terceira, quarta ou quinta economia do mundo. É, mas quem tem mais de 45 anos já viu esse filme antes. Nos anos 70, com Delfim no leme da economia, também já fomos considerados o país do futuro.

Talvez Lula tenha razão. Petróleo e dinheiro sempre andaram juntos. Delfim falava em fazer o bolo crescer, para depois dividí-lo. Crescemos como nenhum outro, e toda essa riqueza se concentrou nas mãos da elite. Não deu certo. O país ficou desequilibrado, e isso gerou a violência que o mundo inteiro associa ao nosso país.

Temos que aproveitar essa segunda chance que Deus está nos dando (será que ele é brasileiro mesmo?) para fazer a classe média crescer. E isso só vai acontecer com investimentos pesados em educação.

Lula sabe disso, mas ele não estará no comando. Dilma, potencial candidata a sucedê-lo, está mais preocupada com um marco regulatório para balizar a exploração. Soa como se já maquinasse uma ajuda aos "amigos do rei", mudando a legislação casuísticamente.

Temos uma oportunidade única. E o investimento em educação tem de começar já. Pra quem sabe a gente colher alguns frutos já durante a Copa e a Olímpiada. E aí sim conseguir agregar mais valor ao petróleo do pré-sal.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Um paraíso chamado Bermuda

Eu adoro quanto eu conheço um lugar novo, e me surpreendo com seu charme e beleza. Isso aconteceu comigo neste feriado, quando conheci um lugar no meio do oceano Atlântico chamado Bermuda.

Pouco conhecido dos brasileiros, o lugar é surpreendente em vários aspectos. São muitas pequenas ilhas em torno da ilha principal, que não é lá nenhum latifúndio. Dá pra ir de ponta a ponta em 1 hora, de carro ou de motoneta. Como todas as ruas são tortuosas, os carros andam em baixas velocidades, e do lado esquerdo da pista (sim, a ilha pertence ao Reino Unido). Muitos turistas alugam motonetas pra se movimentar pela ilha.



Não tem um único metro quadrado de mato na ilha. Muitos jardins, e a maior quantidade de campos de golfe por metro quadrado do mundo. As casas tem teto branco pois ele é usado para coleta de água potável, e paredes coloridas. Muitas em tons pastéis. Algumas em cores fortes.

Não tem um buraco no chão, ou um pedacinho sequer de reboco caindo dos muros. O mar é azul, bem azul. E as praias são super brancas, com um leve toque rosado oriundo dos corais que cercam a ilha.

Sem dúvida essa é a marca registrada do lugar, junto com o traje saiu daqui e que se espalhou pelo mundo: a bermuda. Mas aqui, a bermuda é social chique. Todos os funcionários do nosso resort usavam paletó, gravata, bermudas, e meias escuras até o joelho.

Muitos hóspedes seguiam a tendência, e frequentavam os restaurantes mais sofisticados com o traje, acompanhado de paletó e gravata. Toda a ilha é requintada e cara. Qualquer programa em Bermuda sai caro, mas acredite, será inesquecível.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Rio 2016: o mundo reconhece o Brasil

A vitória do Rio, com Obama e tudo, é pra fazer a gente pensar. Juca Kfouri que me perdoe, mas privar um país de um privilégio desses porque alguns gaiatos podem se aproveitar e meter a mão na grana, seria um absurdo. Acho que o Brasil já é maior que isso, e o Juca parece não ter se dado conta.

Nós, os brasileiros sérios, é que devemos reger esse país. E cabe a nós diminuir o espaço dos espertalhões, dia após dia. A bem da verdade, isso já vem sendo feito há muitos anos. Temos corrupção? Claro. Mas está diminuindo. E com governos sérios (como FHC e Lula) vamos continuar avançando.

Até 2016 muita água vai passar sob essa ponte. Temos a Copa, que me parece ser um desafio maior que a Olimpiada. Quem ama esse país, tem que encontrar um jeito de entrar na luta e ajudar. Precisamos consertar e construir muita coisa nesse país para torná-lo melhor e mais justo.

A Copa e a Olimpíada obrigarão nossos governos a fazer a lição de casa atrasada. Aliás, atrasada há décadas. Tivemos 172 anos de governos incompetentes. Apenas de 1994 pra cá é que esse país entrou na linha. O caminho está certo, e hoje o mundo nos mandou um recado dizendo: "brasileiros, continuem assim!"

É a nossa chance de mostrar ao mundo nossas belezas, nosso clima, e principalmente, nossa alegria. Se o objetivo fosse uma Olimpiada que seguisse o horário, o COI teria escolhido Tóquio. Se fosse para seguir o orçamento, teria escolhido Chicago. Mas dessa vez parece que o objetivo é fazer um evento alegre e pacífico. Por isso escolheram o Rio, e a escolha não poderia ter sido melhor. Quer vier ao Rio em 2016, tenho certeza, jamais vai esquecer.

Brasil será o anfitrião esportivo da década


Eu estou muito feliz. Apesar de saber do abismo que ainda nos separa do Primeiro Mundo, a vitória do Rio para sede de 2016 é mais um importante passo para que o Brasil consiga crescer e se inserir no mundo desenvolvido.

Indiscutivelmente, temos trazido BOAS notícias de interesse mundial ultimamente: a Copa, o petróleo no pré-sal, o G-20 mais poderoso, e agora, a Olímpiada. Outro dia ouvi alguém dizer que os povos são todos iguais, e o que os diferencia são os seus governos.

É verdade. O Brasil vem ganhando espaço e respeito pelo mundo desde que se livrou da ditadura. Melhoramos com FHC, e continuamos melhorando com Lula. Não acho nenhum deles um anjo, ou o salvador da pátria. Mas o caminho da democracia, do respeito, da ética e do combate à corrupção, claramente está trazendo frutos para o Brasil.

Investidores agora começam a acreditar na gente. A FIFA e o COI nos deram seus votos de confiança. Parece mesmo ser a nossa vez. Mas atenção: nossos problemas não sumiram. Eles estão bem na nossa frente. Que nossos governos consigam manter a rota até 2016. Que ídolos como Pelé e Guga (foto) participem desses movimentos, e nos ajudem a fiscalizar nossos governantes, para que estes cumpram seus compromissos e entreguem tudo no prazo, e sem estourar o orçamento.

Tenho certeza que os visitantes se encantarão com a nossa alegria e com o nosso estilo de celebrar a vida. Por isso estou certo que a Copa e a Olímpiada vão trazer de volta o turismo ao Brasil, e com isso nossa economia vai se fortalecer ainda mais.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Aventura que mexe com a gente

Aventura me fascina. Mas o que eu curto mesmo, na verdade, é a aventura que exige algum tipo de habilidade por parte do aventureiro. Escalar o Everest, correr o Paris-Dacar, surfar ondas gigantes, o tal skate nessa super-rampa, enfim essas coisas...

Ficar sentado num barco na Antartica, por meses a fio, por exemplo, não me fascina. Acho que isso tem mais a ver com planejamento, ou capacidade de suportar o sofrimento, do que com aventura em si. Aventura que se preza tem que ser rápida (ou veloz) e intensa.

No último fim de semana eu conheci um lugar chamado Smuggler's Notch, em Vermont. Um pequeno mas charmoso vilarejo perto de uma famosa estação de esqui chamada Stowe.



Fiquei impressionado com a quantidade de gente fazendo trilhas a pé, andando de bicicletas, a cavalo, assim como praticando esportes mais tradicionais, por toda a região. Cheio de gente normal procurando por seu tipo preferido de aventura.

Aliás, a região é infestada de pousadas e hotéis, assim como restaurantes e todo tido de atração que se pode imaginar. E evidentemente, o visual é maravilhoso. O lugar é cheio de montanhas que impressionam, estações de esqui para todos os gostos, que mesmo fechadas nessa época do ano, conseguem atrair os aventureiros para as opções do outono daqui.

Muitas dessas aventuras já são demais para um cara na minha idade. Mas isso não me impede de admirar os aventureiros. E de esperar pelo inverno, onde lugares como esse fervilham.