segunda-feira, 28 de março de 2011

Goleiro, artilheiro, temido, decisivo e mortal


O título do meu último post foi "Uma sociedade que não se baseia na justiça, se corrompe". Por isso, mesmo sendo santista, hoje é dia de se fazer justiça a uma lenda do futebol chamada Rogério Ceni. Rogério sempre foi diferente de Higuita, Chilavert e outros goleiros que gostavam de jogar com os pés. A razão dele fazê-lo jamais foi o marketing pessoal, e sim o objetivo máximo do futebol, o gol.

Por conta disso, Rogério se tornou o maior goleiro artilheiro de todos os tempos, com larga vantagem sobre Chilavert, o segundo colocado. Rogério também foi muito mais decisivo do que qualquer outro goleiro artilheiro. Suas maiores performances foram em mata-matas da Copa Libertadores, onde ele liderou o time não só com seus gols, mas com defesas importantes. Aliás, esse é um ponto importante: Rogério jamais deixou de ser um grande goleiro, sua função original, e o fez com primazia inclusive na final do Mundial Interclubes, contra o Liverpool.

Rogério também foi, e continua sendo, um grande exemplo e um grande líder. Se manteve fiel a um único time, o que parece ser a decisão dos verdadeiros fora-de-série, e com isso se perpetuará na história do São Paulo Futebol Clube. Rogério só não brilhou de verdade na Seleção Brasileira, pois bateu de frente com a dupla "manda-chuva e teimosinho" Zagallo e Parreira, e foi afastado das convocações seguintes.

Arrisco-me a dizer que Rogério talvez tenha sido o goleiro que mais contribuiu para um time de futebol em todos os tempos. Isso porque, além de ter sido um ótimo goleiro e um grande capitão, foi também um artilheiro temido, decisivo e mortal.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Uma sociedade que não se baseia na justiça, se corrompe

Isto está ficando evidente no caso das cotas de TV do Brasileirão. A história de um clube não pode depender do poder de barganha de seu dirigente, ou de suas relações políticas. O torcedor percebe os conluios, os privilégios, e reage. O resultado é a total falta de credibilidade na estrutura do futebol brasileiro.

Há muitas outras formas de se discutir a divisão das cotas de TV que não dependem apenas do primarismo de se premiar quem tem mais torcida. Pelo que se sabe, o Grêmio receberá um terço de Corinthians e Flamengo. Gostaria de saber dos gremistas, se essa divisão desmedida não significa morte lenta para a capacidade de competir do grande tricolor do Sul.

Há alguma justiça nesse método de divisão de cotas? Nenhuma. A única divisão saudável para o futebol brasileiro seria o de cotas iguais, ou ao menos bem semelhantes, para todos os clubes grandes do país. Ou então partir-se para a valorização do mérito esportivo, a premiação aos que praticam o melhor futebol, são mais vencedores, e produzem o melhor espetáculo para a TV.

Em mais de um século de vida, Flamengo e Corinthians não conseguiram ser os clubes brasileiros mais vitoriosos e poucas vezes tiveram times que encheram os olhos. Se hoje nosso futebol e nossa Seleção são respeitados no mundo todo, isto se deve à decisiva atuação de determinados clubes que não são estes dois considerados “de massa”. Todos sabem, aliás, quais foram os times que mais mais contribuiram para este sucesso que valorizou o futebol praticado no país.

Os clubes e as TVs estão jogando um jogo sorrateiro, sem nenhuma transparência. Um "salve-se quem puder" sem precedentes. A RedeTV ganhou a concorrência, mas a Globo e a Record agem por fora, aliciando quem podem. Só que para haver um jogo são necessários dois times, e o que acontecerá se cada um tiver um contrato à parte?

O que me chateia é que a imprensa não fala nada sobre o assunto.
Por motivos óbvios, comentaristas não emitem opiniões, mesmo com um razoável risco de não se ter um Campeonato Brasileiro em 2012. A verdade é que a ganância de dois clubes, estimulada pelas redes de TV, a CBF, e uma imprensa conivente, levou o futebol brasileiro a esta situação caótica.

Texto extraído do Blog do Odir, com pequenos retoques.

sábado, 12 de março de 2011

A torcida santista voltou a ser a mais feliz do Brasil

Às 19h35 deste sábado o futebol voltou a ficar mais alegre. Com quatro quilos a mais de massa muscular e uma cicatriz no joelho esquerdo, operado há seis meses, Paulo Henrique Ganso pisou o gramado da Vila Belmiro com chuteiras estilizadas e vestindo uma camisa de número 16. Às 19h36 ele tocou pela primeira vez na bola, após 199 dias. E o Santos abriu o placar. Simples assim.

A partir daquele momento, a expectativa na Vila já nem era com o resultado, mas com os outros lances geniais que estariam por vir. Os santistas estavam com saudade da maestria de Ganso no meio-campo.

Às 19h44, 9 minutos depois, Pará passou para Zé Love, que foi à linha de fundo e cruzou. Ganso, de primeira, mandou para a rede. Neste momento, a torcida santista santista voltou a ser a mais feliz do Brasil.

Este texto é inteiramente extraído do site Globoesporte.com (http://glo.bo/fics1F). O texto está perfeito e me emocionou. Por isso, decidi colá-lo aqui no blog.