quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Produzir mais energia será mesmo a única resposta?

Quando consideramos os limites do planeta – já reconhecidos pela ciência – fica evidente que devemos buscar formas alternativas de continuar crescendo e produzindo. Nós acreditamos fortemente que a Eficiência Energética é a alternativa mais rápida e mais barata para enfrentar a demanda crescente por energia, sem que a temperatura do planeta aumente mais do que dois graus.

De acordo com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a América Latina, é uma das regiões mais vulneráveis aos impactos das mudanças no clima. Por isso, desenvolvemos e levamos para Paris o Panorama Exclusivo “Como a América do Sul enfrentará o Dilema da Energia – uma análise sobre o que os países estão levando para a COP-21”, construído por especialistas de renomadas entidades para analisar, sob o ponto de vista da energia, as INDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas Pretendidas) e as políticas energéticas da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia e Peru.



Descobrimos, por exemplo, que nesses cinco países existe um potencial de redução do consumo de energia de 20% até 2032, o que pode gerar uma economia de 2.8 trilhões de dólares. E nós deixaríamos de emitir cerca de 2 bilhões de toneladas de CO2eq na atmosfera. Isso tudo, apenas, por meio de ações de Eficiência Energética.

Como costuma dizer Jean-Pascal Tricoire, o CEO da Schneider Electric, "em relação ao clima, não somos otimistas e nem pessimistas, somos ativistas". Acreditamos que o clima precisa de soluções de negócios, por isso, desenvolvemos tecnologias que reduzem o consumo de energia, monitoram e evitam o desperdício e aumentam a utilização de energias renováveis. Sustentabilidade é o nosso fator crítico de sucesso. Nosso e seu.

Clique aqui e conheça o Panorama na versão português.

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quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Schneider já evitou emissão de 250 mil toneladas de CO2 este ano

No dia 4 de dezembro, a Schneider Electric ultrapassou a marca de 250 mil toneladas de CO2 evitadas por seus produtos e serviços no Brasil, apenas no ano de 2015. A marca foi registrada no Placar da Eficiência, ferramenta que contabiliza o impacto positivo da empresa.



O Placar da Eficiência calcula o quanto os clientes da Schneider Electric Brasil economizam de energia (em kWh), quanto deixam de emitir de CO2, e o resultado financeiro dessas economias. Para o cálculo, são considerados os produtos em operação, e os serviços prestados a nossos clientes. Nesta primeira fase, o Placar da Eficiência computa apenas o impacto positivo dos produtos que tem efeito direto na eficiência energética dos clientes da Schneider.

A se manter o ritmo atual, o volume de CO2 evitado será o equivalente ao consumo anual de cerca de 100 mil veículos. Em volume de energia, a economia já ultrapassou 1.862.000 MWh o que equivale ao consumo de mais de 1 milhão de residências no período.

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segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Demanda por eficiência energética cresce mais que mercado de energia

A demanda mundial por eficiência energética vem crescendo o dobro dos demais segmentos do mercado de energia, disse ao Valor Jean-Pascal Tricoire, CEO da francesa Schneider Electric, líder mundial na gestão de energia. Os investimentos globais nessa área (divididos entre indústrias, residências, construções e transportes) j á passariam de USS 300 bilhões, segundo estudo de 2014 da Agência Internacional de Energia (AIE) sobre o mercado mundial de eficiência energética.

A energia foi um dos temas discutidos ontem na Conferência do Clima da ONU, a CoP-21, em Paris. Para a Schneider, que desenvolve softwares para economia de energia e sistemas conectados para controlar o consumo, além de “redes inteligentes”, a maior demanda por eficiência energética amplia a perspectivas de negócios. Ainda mais considerando-se que há muito desperdício. “Hoje, uma rede elétrica, em qualquer país do mundo, trabalha com menos de 50% d e sua capacidade durante mais d a metade do tempo. É muito ineficaz”, diz o CEO.

Além das mudanças climáticas, Tricoire vê outro motivo que leva empresas a investir na eficiência energética: redução de custos, em especial em tempos de crise. As empresas, segundo ele, estão conscientes da necessidade de se adaptar às mudanças climáticas. “Isso permite reduzir os riscos dos negócios, integrar as consequências financeiras das emissões de carbono e reduzir os custos da fatura de energia”, afirma.

Os fornecedores da Schneider, diz Tricoire, precisam agora informar sua “pegada de carbono” (suas emissões de gases do efeito estufa). O grupo francês assumiu o compromisso junto a seus clientes de fornecer, no futuro, a performance de carbono de seus produtos e a calcular o impacto das emissões de grandes projetos.

Tricoire defende a existência de um preço do carbono “previsível e coordenado em nível mundial”, para evitar diferenças de competitividade entre países. Isso permitiria “acelerar de maneira considerável” o movimento das empresas de reduzir as emissões de CO2.

A Schneider diz que vai investir 10 bilhões de euros nos próximos dez anos em pesquisas de desenvolvimento de novos produtos para elevar a eficiência energética. Para Tricoire, um dos principais problemas enfrentados pelas empresas para reduzir o consumo de energia é “o desconhecimento das tecnologias existentes”.

No Brasil, o movimento das empresas por maior eficiência energética utilizando tecnologias e sistemas conectados ainda é muito incipiente, diz Tania Cosentino, presidente da Schneider Electric no Brasil. “Elas colocam lâmpadas LED, mas deixam o andar inteiro aceso mesmo sem necessidade” exemplifica, para ilustrar que as mudanças ainda são superficiais.

Publicado no Valor Econômico em 08/dez/2015.
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#carbonfootpring #energyefficiency #carbonpricing #sustainability

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Sachs e Cohen dizem qual é o caminho

Steve Cohen, diretor executivo do The Earth Institute, da Columbia University, diz que a mudança no clima é uma questão importante, mas não é a única. Há também a questão de alimentos, pobreza, urbanização, conflitos, etc. Ele está absolutamente alinhado à visão da Schneider de que o combate ao aquecimento global não será efetivo sem atacarmos o problema do sub-desenvolvimento ao redor do mundo.

“Provavelmente vamos errar esse alvo, mas possivelmente não muito”, ao comentar a meta de limitar o aquecimento a 2 graus Celsius. Ele é otimista de que encontraremos uma energia limpa para abastecer a economia mundial, e acrescenta que “não vamos nos livrar dos combustíveis fósseis até que surja algo melhor”.

Segundo ele, qualquer política que proíba seu uso, estará fadada ao fracasso. “Primeiro há que encontrar meios eficientes de usar a energia”, diz Cohen, que ainda acrescenta que “um terço da eletricidade gerada se perde na transmissão”.

Me parece uma clara apologia à eficiência energética e à geração distribuída. Cohen comanda 800 funcionários (entre eles 37 professores e pesquisadores) e um orçamento de US$ 140 milhões dedicado a temas ambientais.

E o que dizer de Jeffrey Sachs? Ele vê os países negociando boas intenções, mas ainda longe da descarbonização. Segundo os cientistas, a estabilização do clima requer uma completa descarbonização de nossos sistemas de energia e emissões líquidas zero de gases de efeito estufa em 2070.

O problema é que usinas térmicas a gás (em substituição ao carvão) e carros híbridos mais eficientes não chegam nem perto de garantir emissões zero até 2070. Segundo Sachs, nós precisamos emitir 50 g/kWh em 2050, e não 500! Precisamos de veículos com emissão zero (e não veículos mais eficientes), principalmente porque o número de veículos deve dobrar até o meio do século.

A descarbonização exige muito mais que gás natural e veículos mais eficientes. É preciso eletricidade de carbono zero e veículos elétricos abastecidos a partir de uma rede elétrica de carbono zero. Esta transformação mais profunda, diferente das fáceis sugestões apresentadas pela maioria dos políticos, é o único caminho para a segurança climática (aquecimento abaixo do limite de 2º C).

"Ao buscamos a mudança de carvão para gás, ou simplesmente veículos mais eficientes, nós corremos o risco que nos colocar numa armadilha de alto carbono", garante Sachs.

Sachs e Cohen estão nos dizendo qual é o caminho. É bom ouvirmos esses dois senhores!

Referências:

#climatechange #sustainability #energyefficiency
#mudancasclimaticas #sustentabilidade #eficienciaenergetica

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Brasil lidera preocupação com aquecimento global

A grande maioria (78%) das pessoas entrevistadas pelo Pew Research Center em 40 países é favorável que seus governos assumam compromissos para redução de emissões de CO2 na COP21. A população dos países que mais poluem revelou preocupação inferior à média global. Na China, apenas 18% consideram o aquecimento global um problema muito sério. Mesmo assim, 71% das pessoas é a favor da de um acordo internacional para a redução das emissões. Nos EUA, os resultados foram de 45% e 69% respectivamente.

O Brasil lidera o ranking de apreensão. O aquecimento global é visto como um problema muito sério por 86% dos brasileiros. E 88% dos entrevistados no Brasil são a favor de medidas para contê-lo. A maioria da opinião pública brasileira diverge da posição do governo sobre quem deve arcar com os custos de combate ao aquecimento global. O governo brasileiro defende o princípio da responsabilidade comum mas diferenciada, pelo qual as nações desenvolvidas devem responder por uma parcela maior dos custos. Essa posição é apoiada por apenas 37% dos 45 mil entrevistados em 40 países.


A pesquisa mostra que os maiores níveis de apreensão são registrados na América Latina (63%) e na África (61%), o que se deve à percepção de que o entrevistado pode ser pessoalmente afetado pela mudança climática, mais acentuada nos países em desenvolvimento, e onde já mais pessoas em situação de vulnerabilidade. Na Europa apenas 27% estão preocupados com os efeitos do fenômeno em suas vidas, índice semelhante ao registrado nos EUA.

Ainda assim, os europeus registram o mais elevado nível de apoio à adoção de compromissos por seus governos para limitar a emissão de gases de efeito estufa, com índice de 87%.

Fonte: What the world thinks about climate change in 7 charts

domingo, 22 de novembro de 2015

Hora de fazer a lição de casa

Passou praticamente despercebido um estudo da Secretaria de Assuntos Estratégicos, divulgado recentemente, alertando para o risco de redução de nossa capacidade de geração hidrelétrica cair até 20% em decorrência das mudanças climáticas.

Sabendo que uma parcela significativa da nossa geração de energia vem da água, a constatação não deve surpreender ninguém. O que os cientistas constataram nos supercomputadores do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) é algo que a maioria dos brasileiros poderiam intuir com naturalidade. A grande questão agora passa a ser: como vamos reagir a essa nova manchete?

Antes de sair propondo soluções, é importante destacar que a nossa produção agrícola será afetada. Segundo o estudo, haverá uma redução na área cultivável de até 39,3%, no pior cenário. A soja seria a cultura mais afetada, tendo uma perda de até 67% em sua área plantada.

A produção de carne também será impactada, pois, com menos chuvas, naturalmente teremos pastos mais fracos. Somos um país historicamente agrícola e estes dois produtos representam bilhões de dólares na nossa pauta de exportações e uma infinidade de empregos diretos e indiretos. Além de desequilibrar nossas finanças, isso causaria um impacto direto na alimentação e no bolso da própria população brasileira.

Por isso, a resposta trivial que vem sendo dada ao problema das mudanças climáticas é claramente insuficiente. Nossos problemas não serão resolvidos apenas com as energias renováveis. Claro que é importante gerarmos energia mais limpa. Claro que é importante diminuirmos nosso consumo de derivados de petróleo. Mas falta um componente tão ou mais importante: temos que consumir menos energia!

Se nosso consumo de energia continuar subindo como nos últimos anos, a geração a partir de usinas solares ou eólicas não será suficiente, mesmo se continuar crescendo. Segundo o estudo do governo, e já considerando todos os cenários, haverá uma perda de 4% a 20% na capacidade de geração hidráulica. Não queremos que essa perda seja compensada com geração térmica e não podemos mais pagar por isso!

Temos que desenvolver uma economia de baixo carbono e, ao mesmo tempo, tornar essa atividade econômica “mais limpa” e mais eficiente. A redução de 10% do consumo por conta da eficiência energética em 2030, que acaba de ser incluída no compromisso brasileiro para a COP-21, significará economia de R$ 15 bilhões para o setor elétrico brasileiro. Se reduzirmos 20% o consumo, teremos economia de R$ 30 bilhões por ano, o que nos permitiria construir várias grandes hidrelétricas, preferencialmente com grandes reservatórios. Esse dinheiro todo poderia nos ajudar a acelerar a transição para energias renováveis e também um programa abrangente de biocombustíveis.

Em meio a toda essa crise de água em São Paulo, a população já clama por medidas de eficientização do uso. Por que na eletricidade não começamos já a fazer isso? Será que sempre temos que esperar a crise chegar, para começar a fazer a lição de casa?

Publicado no Canal Energia em 20/nov/2015.

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Recorde de 400 ppm de CO2 na atmosfera

Enquanto há poucos dias o CDP publicou a Lista A do Clima, com as 113 empresas que mais trabalharam para reduzir o impacto das mudanças climáticas em todo o mundo, outras tem tido comportamento bastante distante desse objetivo. São os casos da Volkswagen, com os falsos relatórios de emissões de seus veículos, e da Exxon, que está sob investigação nos EUA por possivelmente ter mentido ao público sobre os riscos das mudanças climáticas.

A verdade é que enquanto muita gente vem trabalhando para reduzir emissões de CO2 e construir um mundo mais sustentável, outros nem começaram a se mexer. E com isso o resultado consolidado mundial está longe do ideal. As emissões globais de CO2 seguem crescendo, nunca foram tão altas, e nem começaram a baixar. Recentemente, atingimos marca de 400 ppm (partes por milhão) de dióxido de carbono na nossa atmosfera. Segundo os cientistas do IPCC, não podemos passar de 450 ppm para limitar o aquecimento global a 2o Celsius.

Apenas as emissões para geração de energia se estabilizaram em 2014. Se considerarmos o todo das emissões, ainda nem começamos a reduzir. E é importante deixar claro que isso não significa que paramos de emitir. Pelo contrário. Ainda emitimos muito CO2, e continuamos a encher nossa atmosfera de CO2, ano a ano. Os compromissos assumidos pelos países que comparecerão à COP-21 em Paris (New Policies Scenario na figura abaixo) não são suficientes para atingirmos um cenário de 450 ppm, o que limitaria o aquecimento aos níveis desejáveis atualmente.

Para não ultrapassarmos as 450 ppm (450 Scenario), são precisos enormes ganhos de eficiência. Segundo a IEA (International Energy Agency), a eficiência energética deverá trazer a maior das contribuições para a redução das emissões até 2020, conforme figura abaixo.
Cenário para 450 ppm Para manter o aquecimento global em 2º C, quase 3/4 da redução das emissões de CO2 até 2020 terão de vir de ações de Eficiência Energética. No horizonte até 2035, esse valor ainda ficará acima de 40%.

Referências:
#pegadadecarbono #eficienciaenergetica #emissaodeco2 #sustentabilidade #mudancasclimaticas #energyefficiency #co2emissions #sustainability #climatechange

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

CDP publica “Lista A do Clima” de 2015

Junto com empresas como Apple, Microsoft e Google, a Schneider Electric foi incluida na Lista A do Clima de 2015 pelo CDP (Carbon Disclosure Project). O CDP é uma organização reconhecida mundialmente por coletar dados de emissões de CO2 de quase 2.000 empresas de todos os continentes.

A Lista A do Clima inclui as 113 companhias que mais promoveram ações para mitigar as mudanças climáticas. O anúncio foi feito como parte do Relatório Anual de Mudanças Climáticas da entidade, e também inclui marcas de renome mundial como BMW, Nissan, L’Oreal, Nestle, Citigroup, Samsung e Unilever. Nenhuma empresa brasileira faz parte desta seleta lista de empresas.

Referências:

 

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

40% das empresas "Fortune 500" não existirão daqui a 10 anos

A maioria das empresas está tratando a sustentabilidade apenas como um problema operacional, e fugindo à responsabilidade de alinhar suas estratégias à nova realidade. Por isso, uma grande parte das maiores empresas do mundo (“Fortune 500”) não existirão daqui a 10 anos.

Não basta medir a pegada de carbono de seus produtos e de suas cadeias de suprimento. Não basta tentar se proteger de eventos climáticos extremos. Há muitas outras razões, principalmente econômicas, para se tratar a sustentabilidade como uma oportunidade para novos negócios, e para mitigar riscos numa economia de baixo carbono ainda em construção.

A resposta da sociedade à questão das mudanças climáticas exigirá produtos e serviços diferentes dos que usamos hoje. Por isso, empresas deveriam estar repensando suas marcas, portfólios e operações, e não apenas a quantidade de carbono que emitem.

As mudanças climáticas farão uma radical transformação nos negócios, e criarão ambiente para uma nova geração de empresas que derrubarão as que conhecemos. Tesla. Nebia. Honest. Há inúmeros exemplos de empresas que fizeram apostas estratégicas na sustentabilidade, e estão se dando muito bem.

As pessoas estão mudando hábitos de consumo, e isso vai aumentar exponencialmente. A geração do milênio não tem dúvidas que o aquecimento global é consequência da ação humana. Isso dará às empresas “verdes” uma grande vantagem competitiva. Os governos também já estão discutindo taxação do carbono, e provavelmente teremos algum tipo de cobrança pelas emissões nos próximos 10 anos.

Pra aproveitar as oportunidades de um futuro com menos carbono, as empresas terão de discutir a sustentabilidade de forma mais séria, consistente e estratégica. Suas operações deverão exigir menos recursos, sejam eles materiais, econômicos ou energéticos. As tecnologias mudarão. Os métodos de produção também.

E esta não é uma discussão simples. Será necessário envolver pessoas com visões distintas e conflitantes, e que nem sempre querem dialogar. Aqui e ali muitos já começaram esta conversa, enquanto outros estão de olho na sua fatia de mercado e nos seus clientes. Estamos num ponto de inflexão. Fique esperto.

Referência: Capitalizing on a low carbon future

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Boa hora pra comprar energia mais barata

Primeiro, não choveu em 2013 e 2014. Com os reservatórios baixos, e morrendo de medo de um outro racionamento, o governo mandou ligar as usinas térmicas a todo vapor, gerando energia mais cara e emitindo mais CO2.

Depois, pra tentar compensar a manobra, e ganhar um pouco de popularidade, o governo publicou uma atabalhoada medida provisória que criou várias distorções na regulação do setor elétrico. Mas o que era inevitável não mudou: depois de um tempo, o custo alto de geração começou a ser repassado às tarifas do chamado mercado cativo (aquelas praticadas pelas distribuidoras), e o país passou a viver uma explosão tarifária que impactou até mesmo a taxa de inflação.

O governo fez de tudo pra atrasar ao máximo tais repasses às tarifas. Afinal, era preciso ganhar uma eleição antes da bolha explodir. Conseguiu. E ganhou a eleição.

Aí veio a Lava-Jato, e a crise econômica que paralisou o país. Muitas empresas passaram a reduzir suas atividades, e consequentemente seu consumo de energia. Aos poucos, começou a "sobrar" energia no mercado livre.

Concluindo: enquanto hoje as tarifas das distribuidoras estão lá em cima, é possível comprar energia a preços até 20% mais baixos no mercado livre. E muitas empresas estão fazendo este movimento.

Aqui na Schneider, estamos  concretizando milhões de reais de economias para nossos clientes. Em meio a toda esta crise, não há como se deixar passar uma chance dessas.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

A eficiência energética pode ajudar o ajuste fiscal

Nos últimos anos, a geração de energia foi responsável pelo maior crescimento nas emissões de gases de efeito estufa no Brasil. A coisa só não foi pior porque o desmatamento, origem da maior parte das emissões brasileira, diminuiu bastante o volume de emissões.

Na contra-mão da maioria dos demais países, o Brasil está piorando sua matriz energética. Se examinarmos para o Plano Decenal de Energia do governo federal, que prioriza investimentos da ordem de 1 trilhão de reais, veremos que 70% dos investimentos deverão ser aportados a projetos ligados a produção de combustíveis fósseis, contra apenas 22% para as energias renováveis.


Não é preciso muito para se constatar o óbvio:
 - temos que diminuir os subsídios à gasolina,
 - temos que investir em P&D para energia solar e eólica,
 - temos que retomar o investimento em biocombustíveis, e
 - temos que priorizar ações de eficiência energética.

Se o governo brasileiro priorizasse energia renovável, eficiência energética, transporte coletivo e diminuisse os subsídios para combustíveis fósseis, a redução das emissões poderia chegar a 40%, o que daria ao Brasil um papel de liderança no combate às mudanças climáticas.

O tema da eficiência energética ganha ainda mais importância no momento de crise econômica atual, onde as empresas não tem dinheiro para investir, e nem querem tomar riscos.

Mas o setor público tem interesse e obrigação de reduzir custos. Seria o momento ideal para um "PAC da eficiência energética", priorizando a redução do consumo de energia em todos os prédios públicos e todas as estatais do país. Seria fácil encontrar empresas dispostas e investir em projetos desta natureza.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Ainda não acredita nas mudanças climáticas?

Neste fim de semana, pela primeira vez na história, três furacões (Kilo, Ignacio e Jimena) de categoria 4 apareceram no Oceano Pacífico ao mesmo tempo (foto acima). Não sabemos por onde eles seguirão, e o que eles causarão. Apesar de um deles estar perto do Havaí, torcemos para que não haja destruição.


Mas não tenho dúvidas que fatos como este, que denotam uma mudança estrutural na nossa atmosfera, já estão acontecendo por toda parte. O El Niño tem sido mais forte do que o normal nos últimos anos, tanto que William Patzert, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, afirmou que o de 2015 será um “El Niño Godzilla” por conta de sua força e suas consequências.

Pois bem, mesmo sabendo dos males causados pelo fumo, a maioria dos fumantes só para de fumar quando é diagnosticada com alguma doença. O mesmo parece estar acontecendo nessa questão das mudanças climáticas. Todo mundo sabe que as emissões de CO2 estão aquecendo o planeta. Só falta mesmo vir o médico para atestar que o planeta está doente, e para proibir as pessoas de continuarem poluindo (seria o equivalente a proibir o paciente de fumar!).

Infelizmente, não temos médicos de planetas! Mas talvez a mais respeitada autoridade do planeta possa fazer as pessoas acordarem. Barack Obama está viajando hoje para o Alaska para ver com seus próprios olhos os impactos do aquecimento global. Ele entrou nessa briga com tudo. Confiram o que diz Obama sobre mudanças climáticas, e os números sobre o assunto no site da Casa Branca: https://www.whitehouse.gov/climate-change.

Espero que, após essa leitura, você se junte a nós na defesa dos temas da sustentabilidade. 

domingo, 23 de agosto de 2015

Em 8 meses, já consumimos o que o planeta tinha pra nos dar esse ano

Em menos de oito meses, a humanidade já usou toda a cota de recursos do planeta para o ano todo, de acordo com dados da Global Footprint Network, uma entidade internacional de sustentabilidade com escritórios na América do Norte, Europa e Ásia.

A Global Footprint Network acompanha a demanda por recursos naturais do planeta ("pegada ecológica") contra a capacidade da natureza de atender a essa demanda ("bio-capacidade"). O dia em que a humanidade ultrapassa a sua cota anual de recursos naturais ("Earth Overshoot Day") mudou de começo de outubro em 2000, para 13 de agosto, em 2015.

A pegada de carbono da humanidade mais que dobrou desde os anos 70, quando o mundo ultrapassou sua cota ecológica pela primeira vez. E continua sendo o componente que mais cresce na distância entre a pegada ecológica e a bio-capacidade do planeta.

A pegada de carbono está intimamente ligada a outros componentes da pegada ecológica, como área cultivável, cobertura florestal e terras férteis cobertas por edificações e estradas. Todas essas demandas competem por espaço.  À medida em que mais é demandado para alimentação, menos áreas produtivas ficam disponíveis para absorver carbono dos combustíveis fósseis. E com isso, as emissões se acumulam na atmosfera ao invés de serem totalmente absorvidas.

O acordo climático esperado na COP-21 em Paris vai focar em manter o aquecimento global dentro do limite de 2 graus Celsius da época pré-Revolução Industrial. Este objetivo comum exigirá que nações implementem políticas para abolir combustíveis fósseis até 2070, conforme recomendado pelo IPCC.

Todos sabemos que não é possível seguir consumindo mais e emitindo mais CO2. É preciso esquecer o "business as usual" pois não há um "Planeta B". É possível reduzir emissões em 30% até 2030, e com isso o dia-limite passaria a 16 de setembro.


Há muitas esperanças com as novas opções de energia renovável, que vem se desenvolvendo globalmente, e com a conscientização da comunidade financeira da importância de uma economia de baixo carbono. Mas a sustentabilidade exige que todos vivam bem, e dentro do limite do nosso planeta.

Fonte: https://ecowatch.com/2015/08/16/earth-overshoot-day/

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Até quando vamos esperar por uma tecnologia milagrosa que salvará o planeta?

Nos últimos 200 anos, a humanidade se desenvolveu em todo o mundo graças a evoluções tecnológicas. Para mencionar algumas apenas, nós mudamos nosso estilo de vida, passamos a viver mais, a consumir mais recursos do planeta, e a gerar mais resíduos (lixo, poluição, CO2).

Ao trazer a discussão sobre sustentabilidade para a agenda em vários grupos de pessoas, nós ouvimos todo tipo de argumentos. O que eu gostaria de abordar hoje, é o daqueles que acreditam que a tecnologia pode resolver o problema. A idéia é que a tecnologia nos trouxe até aqui, e seguirá nos surpreendendo positivamente no futuro.

Bem, isso me parece como se essas pessoas não tenham interesse ou vontade de reagir ao problema. Não me sinto confortável de esperar até que alguém crie uma tecnologia que gerará energia limpa e barata para 7 bilhões de pessoas, sem que essas pessoas mudem seu comportamento. Estou convencido que, um dia, esta tecnologia existirá. Mas sinceramente, não sei se isso acontecerá tarde demais. Ou se ainda teremos algum recurso disponível para ser a fonte dessa nova forma de energia.

O fato é que nós JÁ consumimos mais do que o planeta pode nos dar. Faz sentido que continuemos devastando nosso habitat enquanto esperamos o milagre acontecer? Não, não pra mim.

Nós certamente precisamos fazer algo enquanto esperamos pelos cientistas. E por "algo" eu quero dizer "consumir menos". Menos coisas, menos petróleo, menos energia. Nós temos que priorizar tudo que é renovável. Temos que reciclar. E temos que ser muito mais eficientes no uso da energia.

Em 2014, nós emitimos mais gases de efeito estufa do que qualquer outro ano na história. Os cientistas já provaram que estamos bem acima do volume que o planeta pode absorver. Sabemos que estamos fazendo algo errado, mas insistimos nisso mais e mais.

Precisamos consumir menos energia já, e temos tecnologia pra começar a fazer isso hoje.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Aqui nada se cria, tudo se transforma

Apesar de Einstein ter desbancado a lei de Lavoisier, o ensinamento permanece válido para 99,99% do que acontece em nossas vidas, pelo menos no nível que nossos olhos podem enxergar.

Então vejam: o sol bate no mar ou no lago, e a água evapora. O vento leva essa vapor d'água por aí até que se formam nuvens, e com mais alguns ingredientes naturais, chove. Esse é o ciclo da água, que acontece todos os dias. É um ciclo curto, rápido. A água que evapora hoje não demora a chover. Na atmosfera terrestre "cabe" uma quantidade limitada de vapor, pois vento, sol, dia e noite fazem o "excesso" precipitar.

Já o ciclo do carbono é bem mais complexo. Milhares de anos se passam para sedimentos se transformarem em petróleo. O homem adiciona outros químicos para fabricar gasolina, que acaba queimada nos nossos carros, e o CO2 decorrente desta combustão sobe para a atmosfera.

O petróleo vira CO2 de outras formas, mas o fim é o mesmo. E eu mencionei carros propositalmente para fazer você, leitor, se sentir culpado por parte deste processo (PS: eu sei que você adora dirigir seu carro por aí).

Lá na atmosfera, o CO2 tem um comportamento diferente da água. Ele não se acumula em nuvens, e não se precipita naturalmente. A grosso modo, só volta à superfície da Terra através da fotossíntese das plantas (por isso é importante preservar as florestas!).

Como sobe mais CO2 do que desce, ele vai se acumulando. E então nos deparamos com 3 fatos imutáveis: a nossa atmosfera tem um tamanho físico finito, nós respiramos oxigênio (e não CO2), e o CO2 tem o efeito de um cobertor sobre a superfície da Terra.

Você já deve estar imaginando o rumo desta prosa. Podia ir pro lado catastrófico, mas prefiro reiterar aqui que temos que equilibrar o CO2 que emitimos com o CO2 que o planeta absorve. E isso é perfeitamente possível.

Pra você que (como eu) gosta de passear com seu carro, pense com mais carinho no álcool. Ele é queimado no seu carro, tanto quanto a gasolina. Mas ele contém menos química (além do CO2), e portanto polui menos. E pra fabricar o álcool, plantamos cana-de-açúcar. A cana cresce absorvendo CO2 da atmosfera. Ou seja, numa única safra, que acontece em um ano, o ciclo do carbono da cana se completa.

Não tão bom quanto o ciclo da água, que é de poucos dias. Mas muito melhor que o do petróleo, que é de séculos. Por isso o chamamos de renovável. E nos tempos em que vivemos, valorizar o renovável é muito importante.

Use biocombustível. Recicle plásticos e metais. Economize energia.
Temos que viver com o que temos aqui.

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Quando vamos começar a pagar pelo carbono que emitimos?

Quarenta países e mais de vinte cidades ou províncias ao redor do mundo já usam ou estão planejando usar sistemas de precificação do carbono, a única forma conhecida de se conseguir resultados práticos para reduzir os riscos decorrentes das mudanças climáticas.

O Brasil, como em qualquer comparação com outros países, está atrasado. Estamos na fase de planejamento. Mas é bem melhor do que nada.
 Carbon Pricing

Dentre os países que já aplicaram estes mecanismos, a Suécia é onde o carbono custa mais caro: US$ 130 por tonelada. Depois vem Finlândia e Suiça (US$ 62/ton), Noruega (US$ 53/ton no pico) e Tóquio (US$ 38/ton). Todos países ultra-desenvolvidos.

Os países onde o carbono custa menos são: México, Polônia, Estônia, Portugal e algumas províncias da China, todos abaixo de US$ 5 por tonelada.

Pois bem, a máxima de que lá na Escandinávia eles "podem pagar" é uma tremenda bobagem. O carbono tem um custo, que pode ser 5 ou 130 dólares por tonelada, mas certamente não é zero. O ponto aqui é começar a enfrentar esse grave problema, e criar mecanismos que cobrem um preço justo pelas emissões. Eu acho que as atividades ou empresas que querem poluir o planeta, devem pagar pela limpeza. A idéia dos sistemas de precificação de carbono é justamente cobrar pela emissão de gases de efeito estufa, para poder financiar a limpeza.

Não é simples? Pois bem, então por que tantos governos ainda não embarcaram nessa iniciativa?
Por que o Brasil, que tem uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, não assume um papel de protagonismo nesse processo?
Ao meu ver, teríamos uma condição natural e invejável de liderança, seja pela hidroeletricidade, seja pelo álcool. Mas pra isso nosso governo teria que pensar no longo prazo, e fingir que não é dono da empresa dona do monopólio de petróleo no país. Considerando que tem eleição logo logo, essa não é uma decisão fácil.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

No meio do churrasco, pode ser que falte comida

Começa esse mês a temporada de queimadas no Brasil, que se estende até novembro. Nesse período, são esperados mais de 10 mil focos de incêndios florestais, apenas nos estados que compõem a Amazônia. A número é imenso, principalmente se levarmos em conta que aproximadamente 18% da Amazônia brasileira já foi desmatada.

Por ser um processo de baixo custo, grande parte das queimadas tem motivos econômicos. São provocadas para ampliar áreas para criação de gado ou culturas agrícolas, e facilitar alguns tipos de colheita. No Centro-Oeste, por exemplo, é comum que o corte raso da floresta seja feito para dar lugar a pastagens de gado.

A volta do desmatamento, que vinha diminuindo desde 2004, é bastante preocupante pois esse parecia um problema resolvido no Brasil. Em 1995, as emissões de gases de efeito estufa pelo uso da terra eram 73% do total brasileiro. Cairam para 57% em 2005, e para 25% em 2012. Mas no ano passado voltaram a crescer.

Além dos múltiplos impactos sociais, vejo três consequências diretas graves:

1. Perda da biodiversidade
2. Modificação do clima mundial
3. Enfraquecimento do ciclo hidrológico

Isso daria pauta para três livros completos, então vou focar na última apenas. As queimadas, como efeito colateral do aumento das pastagens no Centro-Oeste, trazem vários custos nem sempre visíveis. Uma parte do vapor d’água que emana das florestas é transportada pelo vento até o Centro-Sul, onde está localizada a maior parte da atividade agrícola do país, responsável por 65 bilhões de dólares em divisas, negócios, e empregos.

Por prejudicar esse ciclo de chuvas, a mesma queimada que é provocada para aumentar a produção de carne, também atrapalha a produção de soja, laranja e outras culturas, e leva milhares de  cidadãos ao desemprego. As queimadas nos levam a situações de riscos hídricos e energéticos, como a que vivemos agora. E a geração térmica por queima de combustíveis, tida como única solução imediata, só faz piorar ainda mais a situação (ao emitir ainda mais CO2).

Ou seja: se queremos ter água, energia ou comida no futuro, temos que acabar com as queimadas. Na linguagem popular: para que não falte arroz e feijão, vamos ter de maneirar com os churrascos.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Hoje todo mundo sabe que a culpa é das torcidas organizadas

Eu comecei a falar que as torcidas organizadas são o problema do futebol brasileiro há 5 anos. Hoje, muita gente já está convencida disso. O Cruzeiro rompeu com elas. Resultado: 2 títulos brasileiros, e um aumento expressivo no número de sócios torcedores.
Hoje 84% dos brasileiros concordam comigo.

http://sportv.globo.com/site/programas/redacao-sportv/noticia/2015/02/pesquisa-violencia-e-principal-causa-que-afasta-torcedores-dos-estadios.html

A lógica é simples. A quem eles servem?
Minha primeira atitude, se fosse presidente de um clube, seria proibir os instrumentos musicais. Depois, controlaria os assentos, e faria com que as pessoas sentassem nos lugares marcados. Não me preocupa em nada a receita destes grupos, pois eles não geram receita alguma aos clubes. Só afastam quem quer tratar o futebol como um programa de lazer familiar.
Mas a verdade é que os dirigentes tem conseguido criar climas de guerra que ajudam a incitar a violência. Vejam a "guerra" que foi a disputa sobre torcida única (ou não) nesse último derbi PALxCOR. O torcedor já chega ao estádio irritado por haver uma disputa para decidir se ele pode ou não assistir ao jogo.
Eu insisto que o jogo de futebol atualmente deve ser tratado como um espetáculo, e não como uma competição esportiva. Mais do que decidir quem será o campeão disso ou daquilo, há milhões em jogo. Um verdadeira indústria e que gera muitas divisas ao país.
Os grandes clubes tem muito mais interesses comuns do que razões para brigas judiciais.
Ignorar isso é uma miopia gigante.

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Sem água, e agora sem energia!

Picos de energia, como o de ontem, acontecem todos os anos, em todo lugar. Por isso, alguns países, não coincidentemente os mais desenvolvidos, se preparam para este tipo de situação. Isto acontece por meio de programas de resposta à demanda ("demand response programs"). Várias concessionárias tem programas deste tipo nos EUA e na Europa. Ontem mesmo, a Schneider Electric anunciou um programa deste com uma concessionária sul-coreana.

Mas na prática o que muda?
Bem, ao invés de desligar uma carga qualquer, a idéia é desligar uma carga previamente escolhida, normalmente de um grande consumidor, que possa ser desligada se houver planejamento adequado. Para isso, os consumidores se inscrevem voluntariamente no programa, informando a sua capacidade (disponibilidade) de desligamento no momento do pico. Cada desligamento é visto como uma "usina virtual", e portanto, é remunerado como uma usina real: pela disponibilidade, e pela operação.
Ou seja: num programa de resposta à demanda, as concessionárias pagam por consumidores que se dispõem a desligar suas cargas. Pagam pela simples participação no programa, mesmo que não seja necessário nenhum desligamento (pagamento por disponibilidade). E pagam um outro montante, pela operação (pelos volume de kWh desligado).

Qual o benefício disso?
Todo mundo ganha. Ganha a população, que não tem seu metrô desligado, suas lojas fechadas, e assim por diante. Ganha a concessionária, que não tem sua imagem manchada por mais um caso de má gestão. Ganha o governo, pelo mesmo motivo. E ganha o consumidor que participa do programa, ao acrescentar uma receita adicional ao seu balanço.
Há dois anos, a Schneider Electric apresentou esta idéia a várias autoridades brasileiras, na Aneel, ONS e Ministério de Minas e Energia. Não havia e ainda não há regulação para este tipo de programa no Brasil. Mas hoje, não há energia. Talvez seja mais fácil e rápido produzir a regulação, do que a energia em si.