quinta-feira, 23 de julho de 2015

Aqui nada se cria, tudo se transforma

Apesar de Einstein ter desbancado a lei de Lavoisier, o ensinamento permanece válido para 99,99% do que acontece em nossas vidas, pelo menos no nível que nossos olhos podem enxergar.

Então vejam: o sol bate no mar ou no lago, e a água evapora. O vento leva essa vapor d'água por aí até que se formam nuvens, e com mais alguns ingredientes naturais, chove. Esse é o ciclo da água, que acontece todos os dias. É um ciclo curto, rápido. A água que evapora hoje não demora a chover. Na atmosfera terrestre "cabe" uma quantidade limitada de vapor, pois vento, sol, dia e noite fazem o "excesso" precipitar.

Já o ciclo do carbono é bem mais complexo. Milhares de anos se passam para sedimentos se transformarem em petróleo. O homem adiciona outros químicos para fabricar gasolina, que acaba queimada nos nossos carros, e o CO2 decorrente desta combustão sobe para a atmosfera.

O petróleo vira CO2 de outras formas, mas o fim é o mesmo. E eu mencionei carros propositalmente para fazer você, leitor, se sentir culpado por parte deste processo (PS: eu sei que você adora dirigir seu carro por aí).

Lá na atmosfera, o CO2 tem um comportamento diferente da água. Ele não se acumula em nuvens, e não se precipita naturalmente. A grosso modo, só volta à superfície da Terra através da fotossíntese das plantas (por isso é importante preservar as florestas!).

Como sobe mais CO2 do que desce, ele vai se acumulando. E então nos deparamos com 3 fatos imutáveis: a nossa atmosfera tem um tamanho físico finito, nós respiramos oxigênio (e não CO2), e o CO2 tem o efeito de um cobertor sobre a superfície da Terra.

Você já deve estar imaginando o rumo desta prosa. Podia ir pro lado catastrófico, mas prefiro reiterar aqui que temos que equilibrar o CO2 que emitimos com o CO2 que o planeta absorve. E isso é perfeitamente possível.

Pra você que (como eu) gosta de passear com seu carro, pense com mais carinho no álcool. Ele é queimado no seu carro, tanto quanto a gasolina. Mas ele contém menos química (além do CO2), e portanto polui menos. E pra fabricar o álcool, plantamos cana-de-açúcar. A cana cresce absorvendo CO2 da atmosfera. Ou seja, numa única safra, que acontece em um ano, o ciclo do carbono da cana se completa.

Não tão bom quanto o ciclo da água, que é de poucos dias. Mas muito melhor que o do petróleo, que é de séculos. Por isso o chamamos de renovável. E nos tempos em que vivemos, valorizar o renovável é muito importante.

Use biocombustível. Recicle plásticos e metais. Economize energia.
Temos que viver com o que temos aqui.