quinta-feira, 25 de março de 2010

A torcida sabe o que é bom

Se o Santos perder nas finais do Campeonato Paulista, não faltará quem diga: “Eu não falei? Joga bonitinho, mas na hora H...” Se ganhar, dirão: “Também, ganhar esse campeonato meia-boca prova o quê? Queria ver na Libertadores...”

Em primeiro lugar, é impossível provar alguma coisa a quem já tem opinião formada. Em segundo lugar, a verdade é que, ganhando ou perdendo, nada fica provado de maneira definitiva. Num mata-mata, Corinthians, São Paulo, Santo André ou quem quer que se classifique, pode muito bem desclassificar o Santos. Todos sabemos que futebol é uma caixinha de surpresas.

Há sempre mais de uma maneira de chegar ao mesmo resultado. Um jogo pode ser ganho na base do toque de bola, do carrinho ou do chuveirinho. Embora seja natural torcermos pela opção mais vistosa, nem sempre ela vence. Exemplo é a seleção de 1982, que mesmo sem ganhar, segue sendo lembrada até hoje pela sua "categoria". Pela mesma razão, esse Santos de Ganso e Neymar, a meu ver, não precisa provar mais nada.

A força do Santos é ter aderido ao estilo que melhor representa a invenção brasileira no trato com a bola (aliás do próprio Santos, há cinco décadas), apesar de tudo que foi feito para descaracterizá-la (força física, retrancas, violência, etc).

O jovem time do Santos já conseguiu sua vitória: mostrou que a torcida, há anos submetida a um regime de péssimo futebol, não perdeu o paladar e ainda sabe o que é bom.

Resumo da coluna de Luiz Zanin no Estadão de 23/mar/2010.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Corinthians assume complexo de inferioridade

Na ausência do que comemorar, o Corinthians homenageou este mês os principais jogadores que deram fim ao jejum de 11 anos sem vencer o Santos, no final da década de 60 (veja matéria do Terra).

Até entendo que tenha sido como a saída de uma prisão. E que, à época, tenha sido feita uma festa. Mas daí a comemorar isso 42 anos depois, aí é demais! Afinal, os tais jogadores jamais ganharam qualquer título para o clube (nessa época o time ficou 23 anos na fila), e ao meu ver, caberia mais uma punição, do que uma celebração.

Pra piorar, chama a minha atenção as palavras do Paulo Borges, um dos atletas homenageados:
- O jogo não valeu título (que naquele ano ficou com o próprio Santos) mas até hoje tem espaço cativo no coração dos torcedores.
- Nossa festa foi até de manhã e eu fiquei vendo o teipe do jogo lá no Parque.

Acho que nesse dia os corintianos assumiram o complexo de inferioridade que mantém até hoje.

domingo, 21 de março de 2010

Numa linda festa, Santos traz seu prestígio e volta com vergonha

A inauguração da Red Bull Arena foi uma aula de "business" para um povo apaixonado por futebol. Aliás, a paixão brasileira era evidente. Brasileiros uniformizados estavam por toda parte. Santistas aos montes, é claro. Mas também muitos palmeirenses, cruzeirenses, colorados, são-paulinos, atleticanos (mineiros e paranaenses), e muitas outras cores (foto abaixo). Proporcionalmente, poucos corintianos e flamenguistas. Afinal, o jogo foi em New York, e sabe como é, não dão mais visto pra qualquer um...


Milhares de camisas da seleção, de times europeus, de outras seleções. Uma festa! Todo mundo veio ver o lendário Santos jogar. Mas mandaram um time reserva, e o Santos passou vergonha. Os americanos adoraram, comemoraram a vitória com muita festa. Cantarolavam "Robinho, where are you?", pois a maioria preferia ignorar que aquele era o time "juvenil", e que Robinho nem saiu do Brasil.

O jogo foi transmitido ao vivo para todo os EUA. Por isso, acho que o Santos errou feio em dar preferência ao jogo de hoje com o Ituano (ridículo!). Mas tomara que a direção do time tenha aprendido com o que viu. Um tremendo espetáculo que terminou com torcedores americanos pedindo pra trocar camisas com torcedores santistas (um exemplo de civilidade, respeito e espírito esportivo). Eu mesmo, com "trauma" de violência e hostilidade, fiquei na dúvida em ir com a camisa do Santos ou não. Acabei indo. E além das memórias de uma festa inesquecível, voltei com uma camisa do New York Red Bulls pra casa.

Até ontem, La Bombonera (em Buenos Aires), era o melhor estádio pra se ver futebol que eu já tinha visitado. Ontem, conheci a Red Bull Arena, na região metropolitana de New York, que passou a ser o mais charmoso e confortável que eu conheço.


Não tão grande, mas extremamente elegante, imponente e aconchegante, a arena tem toda a infra que sonhamos: camarotes, restaurantes, espaço nos arredores para estacionamento, eventos, promoções. Foi construida do tamanho ideal para viver lotada, o que deixa qualquer festa muito mais bonita.


quarta-feira, 17 de março de 2010

Foi culpa do Dorival !!!

#1. Palmeiras no ataque (cobrança de falta). 6 atacantes contra 5 defensores na grande área, num lance de bola parada. Bola na trave e depois gol do Palmeiras.

#2. Palmeiras no ataque. 4 atacantes contra 4 defensores, sendo que um deles já está vendido no lance. Sufoco. Quase.

#3. Santos no ataque. 3 atacantes contra 6 defensores. Sem espaço, atacante finaliza, mas erra por pouco.

Esses três lances deixam claro porque o Santos perdeu. Sempre com superioridade numérica, tanto o ataque como a defesa do Palmeiras tinham melhores condições na maioria dos lances. Resultado: maior chance de marcar o gol, e menor chance de tomar.

Eu acho que o Santos jogou mal taticamente. As fotos abaixo tem intenção de defender essa tese.Na minha opinião, não tem nada de máscara do Neymar ou do Robinho.
O problema foi a soberba do Dorival Junior.
Ao montar o time no 4-3-3, ele sim, subestimou o Palmeiras.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Santos inaugura estádio em New York

Há quatro meses, o Santos foi convidado para inaugurar um estádio no México. Daqui a 3 semanas, vamos ter esse privilégio pela vigésima-primeira vez (dessa vez nos EUA), o que deixa claro o prestígio internacional do time.

A festa será na Red Bulls Arena, construída especificamente para ser a nova casa do New York Red Bulls, que joga a Major League Soccer (liga profissional americana).

Mesmo com apenas 25 mil lugares, o estádio assume o posto de principal arena de futebol nos EUA. O que prova que estádio moderno não precisa ser grande. Tem que seguro e confortável.

E mesmo sabendo que o Santos deve mandar só o time B, eu vou lá conferir. Afinal, a vinda de Robinho e Neymar faz parte do contrato, e é garantia de espetáculo.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Brasil tem tarifa de celular mais cara do mundo

Fico louco quando leio notícias como esta (link para notícia da Folha). Com tanta pobreza e uma enorme desigualdade social (consequências da falta de educação básica), o Brasil jamais poderia ter a carga tributária que tem, e que acaba gerando esse tipo de distorção.

Mas tem. E nossos governos não parecem ver nenhum problema nisso. Como resultado, pagamos a tarifa mais alta de celular do mundo (e metade deve ser imposto!). Pagamos o dobro pela gasolina que os americanos, que tem de guerrear mundo afora pra conseguir se abastecer. Pagamos o dobro por um carro, por uma televisão, pelo acesso à Internet. Com uma população pobre, e sem chances de se educar melhor, estamos condenados a uma tensão social crescente.

Como comparação, não vi um mendigo sequer na semana que passei em Seul. Com uma população de 50 milhões de habitantes, a Coréia segue realizando o seu milagre econômico.

Enquanto isso, mesmo abençoados com riquezas e recursos de todos os tipos, nós continuamos distantes de um país mais equilibrado e justo.