terça-feira, 29 de junho de 2010

Copa do Mundo faz do Brasil uma festa

Em época de Copa do Mundo, o Brasil se transforma. Um orgulho nacional surge do que resta de patriotismo dentro de cada um de nós. Carros se enfeitam de verde-amarelo, pessoas desfilam com a "canarinho" pra cima e pra baixo. Até casas e escritorios são enfeitados para a festa. Bandeiras, muitas bandeiras.

Mas o principal é que o espírito é de respeito e civilidade, apesar de toda a festa. Que pena que, depois disso tudo, as pessoas voltam ao normal e ninguém mais vai dar a mínima para o país. Nosso país precisa que um pouco dessa brasilidade sobre pra depois da Copa, quem sabe até pra depois das eleições.

Que um pouco dessa vontade de pular e abraçar substitua a vontade de burlar e enganar, também chamada de "jeitinho", que contamina a nossa sociedade.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Funcionalismo nos EUA e no Brasil

No final de um vôo de Boston para Atlanta, anteontem, um dos comissários mencionou a presença de um recruta a bordo, a caminho do Oriente Médio. E o avião inteiro aplaudiu o "herói". Menos eu.

São duas razões: Eu já acho exagerado a o status de estrela que eles dão para os veteranos de guerra. Um recruta, certamente merece menos bajulação ainda. Como virtude, na maioria das vezes, eles tem apenas a coragem. A segunda razão e que eu nao aprovo essa "guerra", nem nenhuma outra. Não acho saudavel um pais invadir o outro, seja qual for o proposito. Dentro dos EUA, se respeita a propriedade. Fora, eles são os primeiros a ignorar até mesmo os direitos humanos.

Mas daqui, da interminável fila pra renovar meu passaporte na Policia Federal em São Paulo, dá pra perceber a enorme diferença do servidor brasileiro e do americano. Eles claramente tem o espírito de servir a pátria, custe o que custar. Por aqui, só interessa mesmo criar dificuldade pra vender facilidade.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Sul-americanos começam melhor a Copa

A Copa começou bem morna, com pouquíssimos gols, e times se armando para não perder. Vários times europeus fizeram isso, se deram mal. Tudo porque a falta de gols não apenas irrita os torcedores, mas também é muito ruim nos critérios de desempate.

Exemplos foram a França, que segue invicta (não marcou um gol ainda), e a Inglaterra. Os "bleus" em sérios apuros. Os "brits" numa tremenda saia justa. Quem jogou pra frente, como Uruguai, Chile e Argentina, levou vantagem. Os EUA, surpreendentemente, também jogaram pra frente, e dependem só de si contra um adversário teoricamente fraco, a Argélia.

Dentre os favoritos, a Alemanha fez uma bela estréia, mas já deixou a chama apagar. A Espanha, a sensação do momento, parece não ter a consistência que dizem (tomara!). A Itália, a atual campeã, mereceu perder do Paraguai. Dos times europeus, talvez a melhor tenha sido a Holanda, que carrega a fama de tropeçar na hora "H".

Não gostei do Brasil, mas os concorrentes estão mal das pernas. Se a Argentina não embalar, temos razoáveis chances. Outra coisa que pode acontecer nesta Copa, pelo cheiro da brilhantina, é uma grande surpresa, como Holanda, Uruguai ou Paraguai. O futebol está muito nivelado, e esses países estão bem armados. Mas sem dúvida, a América do Sul começou bem melhor que a Europa. E não vi nada de bom vindo da Africa por enquanto.

Os "kiwis" estão ligados na Africa

Quando eu entrei no avião, na última sexta-feira, eu tinha dúvidas se seria possível assistir ao jogo do Brasil na Copa durante minha viagem à Nova Zelândia. A dúvida persistiu durante todas as "longas" horas de vôo, pois eu já estava com o coração na Africa.

Na primeira escala, em São Francisco, vi alguns flashes dos jogos do primeiro dia, em TVs espalhadas pelo aeroporto. E via Internet, li todos os comentários e análises. Entrei então no longo vôo de 13 horas até Auckland. E quando cheguei à cidade, não demorei muito para perceber que a paixão dos neo-zelandeses é o rugbi e os "All Blacks", como eles chamam a seleção nacional do esporte. Tudo porque o país vai sediar a Copa do Mundo do esporte, no ano que vem.

Mas ao chegar no hotel, às 6:30 da manhã de domingo, dou de cara com uma transmissão ao vivo, no bar do hotel. Aliás, ali foram transmitidos todos os jogos (foto ao lado mostra o cartaz no elevador). Bares e restaurantes da cidade se equiparam e brigam com promoções para atrair os torcedores.

Com o empate contra a Eslováquia, na terça-feira, um certo zagueiro virou herói nacional. Esqueci seu nome, mas o jogador dos "All Whites" (sim, a seleção de futebol é diferente da de rugby) foi manchete de todos os jornais e programas esportivos.

E quando eu deixei o país, menos de uma semana depois, os "kiwis" (como eles mesmos se chamam) se enchiam de esperanças para o confronto contra a Itália, no domingo. Eles já estão achando que tudo é possível.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Por que não crescemos mais que 6% ao ano?

Basta sair um resultado bom de crescimento, e lá vem o Banco Central aumentando os juros. O que me chateia é que a desculpa é sempre a mesma: o Brasil não pode crescer mais do que 6% sob risco da inflação voltar.

Fala-se também, mas não com tanta intensidade, da causa desse "gargalo": problemas de infra-estrutura e falta de mão-de-obra qualificada. Os anos passam, e nossos problemas seguem os mesmos: infra-estrutura e educação.

Aparentemente, o PAC não funcionou. Ou precisamos de muitos outros PACs. E nossa educação? Bem, falta muito. Nossos problemas são os mesmos de 40 anos atrás, porque o governo investe nas consequências, e não nas causas.

É uma pena não podermos crescer mais de 6% ao ano porque nossos governos não fazem a "lição de casa". Ao ritmo de 6%, levaremos 40 anos para chegar à renda per capita que os EUA tem hoje.

Ou seja: ou torcemos para uma crise mundial de 40 anos, ou melhor darmos um jeito nos nossos problemas para "chegar lá" mais rapidamente.