A Agência Internacional de Energia (IEA) também promoveu várias discussões em Paris, sempre ressaltando a necessidade urgente de se iniciar a transição para um sistema energético sustentável para descolar o crescimento econômico das emissões de gases de efeito de estufa. A IEA, que chama a eficiência energética de “primeiro combustível para a descarbonização”, lançou um relatório sobre esse mercado, no qual reconhece os esforços do governo brasileiro em criar programas de eficiência e linhas de financiamento pelo BNDES. Alerta, porém, que o país tem, pelo menos, três desafios pela frente:
- A coordenação e gerenciamento pelo MME de todos os stakeholders (Eletrobras, ANEEL, EPE, distribuidoras, etc) envolvidos na implementação de programas e políticas.
- A queda nos financiamentos públicos, criando incertezas para os investidores. Entre eles está o PROCEL, usado para subsidiar preços de eletricidade e não para investimentos em eficiência energética, e o PEE, cujo budget vem sendo reduzido.
- A falta de expertise técnica qualificada, que leva tempo de desenvolvimento e amadurecimento.
Seguem algumas das conclusões sobre o potencial da Eficiência Energética, apresentadas durante esta COP21:
- Os benefícios da eficiência energética superam os ganhos financeiros, contribuem para a segurança energética, para a produtividade das empresas e para a redução das emissões de gases de efeito estufa.
- Cerca de 40% das reduções de emissões necessárias até 2050 para limitar o aumento da temperatura global podem ser alcançadas via eficiência energética.
- O investimento global em Eficiência Energética desde 1990 evitou a emissão de mais de 870 MtCO2 e reduziu os custos com combustíveis em 550 bilhões de dólares (IEA 2015).
- O investimento em Eficiência Energética no Brasil pode reduzir os custos líquidos com descarbonização em 13 bilhões de dólares, o que corresponde a 0.32% do PIB do país em 2030.
- Pathways to Deep Decarbonization (Sustainable Development Solutions Network)
- Energy Efficiency Market Report 2015 (Agência Internacional de Energia)
- How Energy Efficiency cuts costs for a 2-degree future (Fraunhaufer ISI)
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