terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Eficiência Energética é a bola da vez

Jeffrey Sachs participou de várias conferências em Paris, apresentando seu olhar sobre a descarbonização do planeta incluído no estudo “Pathways to Deep Decarbonization”, onde explica que o crescimento populacional e econômico do Brasil ampliou o aumento das emissões relacionadas à energia, e destaca que é necessário tomar medidas em curto prazo para alcançar mudanças significativas até 2030.  Uma delas seria a criação de uma legislação para fomentar a adoção de energias renováveis e de eficiência energética.

A Agência Internacional de Energia (IEA) também promoveu várias discussões em Paris, sempre ressaltando a necessidade urgente de se iniciar a transição para um sistema energético sustentável para descolar o crescimento econômico das emissões de gases de efeito de estufa. A IEA, que chama a eficiência energética de “primeiro combustível para a descarbonização”, lançou um relatório sobre esse mercado, no qual reconhece os esforços do governo brasileiro em criar programas de eficiência e linhas de financiamento pelo BNDES. Alerta, porém, que o país tem, pelo menos, três desafios pela frente:
  1. A coordenação e gerenciamento pelo MME de todos os stakeholders (Eletrobras, ANEEL, EPE, distribuidoras, etc) envolvidos na implementação de programas e políticas.
  2. A queda nos financiamentos públicos, criando incertezas para os investidores. Entre eles está o PROCEL, usado para subsidiar preços de eletricidade e não para investimentos em eficiência energética, e o PEE, cujo budget vem sendo reduzido.
  3. A falta de expertise técnica qualificada, que leva tempo de desenvolvimento e amadurecimento.
Quem também aproveitou a COP21 para chamar a atenção para a Eficiência Energética foi a consultoria alemã Fraunhaufer ISI. O estudo “Como a Eficiência Energética corta custos para um futuro de 2°C”, que avaliou vários países, inclusive o Brasil, revela o potencial e as oportunidades para alavancar a Eficiência Energética em transportes, indústria e edifícios no país. Além de barreiras financeiras, eles destacam a falta de informação e a incerteza sobre o retorno entre os principais entraves para o investimento. Mas traz o quadro de economias abaixo, com valores muito relevantes.

Seguem algumas das conclusões sobre o potencial da Eficiência Energética, apresentadas durante esta COP21:
  • Os benefícios da eficiência energética superam os ganhos financeiros, contribuem para a segurança energética, para a produtividade das empresas e para a redução das emissões de gases de efeito estufa.
  • Cerca de 40% das reduções de emissões necessárias até 2050 para limitar o aumento da temperatura global podem ser alcançadas via eficiência energética.
  • O investimento global em Eficiência Energética desde 1990 evitou a emissão de mais de 870 MtCO2 e reduziu os custos com combustíveis em 550 bilhões de dólares (IEA 2015).
  • O investimento em Eficiência Energética no Brasil pode reduzir os custos líquidos com descarbonização em 13 bilhões de dólares, o que corresponde a 0.32% do PIB do país em 2030.
Referências:
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